Do dia 4 de fevereiro, primeiro dia da greve da PM, até esta terça-feira (14) foram registrados 145 homicídios no Estado, o que representa uma média de mais de 12 aasassinatos por dia desde o início da crise na segurança, ou seja, números de guerra civil. A média sangrenta de fevereiro de 2009 foi de sete homicídios/dia, dois a mais do que os cinco registrados nessa segunda-feira (13).
Estas mortes violentas ocorrem, geralmente, nas regiões periféricas e em municípios que já têm um histórico de violência, que foi exacerbada pela falta do policiamento. Esse mesmo governo já conviveu com índices mais altos de homicídio, atingindo números alarmantes, e com a mesma equipe. Naquele mesmo ano, 2009, o Estado também chegou ao número recorde de 2034 assassinatos em um ano.
Os locais em que os homicídios ocorrem também mostra que a violência permanece nas áreas que historicamente são mais violentas. As mortes durante a crise na segurança ocorreram em maior número em municípios que já lideram os rankings de homicídios – Serra, Vila Velha, Cariacica e Vitória – além de São Mateus e Linhares, no norte do Estado; Colatina e Nova Venécia, no noroeste.
A queda na velocidade dos homicídios aconteceu quando o policiamento voltou, mesmo que precariamente.
O ponto fora da curva dessa onda de homicídios, que vai mexer com as estatísticas do Estado, é Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado. O município foi pioneiro na implementação da Guarda Municipal e conseguiu reduzir os homicídios em um tempo em que eles estavam em ascensão em todo o Estado. Mesmo sendo um município populoso, próximo ao Rio de Janeiro, Cachoeiro mantém índices muito abaixo do que preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Nesta crise de segurança, o município não registrou um homicídio sequer, embora tenha feito manchetes por conta dos saques ocorridos no Centro da cidade. O reforço do Exército e da Força Nacional de Segurança (FNS) chegou tardiamente ao município, depois de muitos pedidos, e, ainda assim, não houve violência letal.