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Família denúncia agressão da PM no bairro Engenharia à Corregedoria

Marislene teve uma arma apontada para sua cabeça. O marido, a mãe, a avó, o filho e o cachorro também foram agredidos

A família da estudante Marislene da Silva Feu de Oliveira, moradora do bairro Engenharia, no Território do Bem, em Vitória, teve a casa invadida pela Polícia Militar (PM) no último sábado (14). A ação, relata, aconteceu após seu marido, o porteiro Rodrigo Fernandes Santos, ir até a janela de casa ao ouvir gritos em uma residência próxima. Os PMs, então, ordenaram que ele saísse da janela. Diante da recusa, os policiais adentraram a casa e agrediram os moradores fisicamente, motivando a formalização de uma denúncia na Corregedoria da PM.

Marislene informa que os gritos ouvidos foram por causa de uma ação da PM dentro de outra casa. Ao entrarem na sua residência, relata, os policiais colocaram uma arma em sua cabeça, na de sua mãe e na de seu filho de oito anos. Além disso, Rodrigo foi espancado com chutes e socos após as luzes da casa serem apagadas pela polícia. A violência sobrou até mesmo para o cachorro de estimação da família, que conforme consta na denúncia, é da raça American Bully e levou um tiro de bala de borracha após latir para os PMs.


A estudante gravou a ação da PM na sua casa, mas ao tentar defender seu cachorro, afirma ter tido o equipamento retirado de suas mãos e o material gravado apagado por um dos policiais. Contudo, ela conseguiu recuperar os vídeos na lixeira. A estudante relata, ainda, que sua avó, de mais de 80 anos, passou mal, mas não teve ajuda dos policiais para ser socorrida, cabendo a Marislene entrar em contato com o 
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Não somos bandidos. Meu marido é porteiro, minha mãe é aposentada, minha vó é aposentada. Somos pessoas de bem, não merecemos passar por isso. A gente não sabe a quem temer, se a Polícia ou os bandidos. Quem deveria nos defender está acabando com as nossas vidas. Tive medo de morrer”, desabafa.
As queixas dos moradores do Território do Bem quanto à violência policial têm sido recorrentes. A situação motivou a paróquia Santa Teresa de Calcutá a realizar, em agosto, a Romaria das Famílias pela Paz, em Itararé, que fez parte da Semana da Família, realizada pela Igreja Católica anualmente, no mês de agosto.
Também em agosto, foi realizado em Itararé o Dia Nacional de Lutas dos Movimentos Negros Pelo Fim da Violência Racista da Polícia, com uma manifestação que saiu da praça do bairro rumo ao quartel da PM, em Maruípe. No trajeto, os manifestantes pediam por políticas públicas de saúde, educação, geração de emprego e renda, direitos reivindicados por um público de faixa etária diversificada, abrangendo crianças, adolescentes e adultos.

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