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Governador veta emenda da Lei de Promoção de Militares construída com ajuda de associações

No dia 12 de julho deste ano, a Assembleia Legislativa aprovou o Projeto de Lei Complementar (PLC) 21/2017, que modifica a Lei de Promoção de oficiais e praças da Polícia Militar. Mesmo sendo um texto que contraria associações de classe, as representações dos militares propuseram nove emendas, que foram apresentadas pelo presidente da Comissão de Segurança da Casa, deputado Gilsinho Lopes (PR), que também foram aprovadas.

As associações estavam tranquilas quanto ao documento e a sanção com as emendas. No entanto, o governador Paulo Hartung (PMDB) vetou o parágrafo 2º do artigo 103 da Lei Complementar 864/2017, sendo essa uma das emendas mais importantes, já que estabelecia uma regra de respeito aos militares, no que tange às promoções atrasadas, aplicando-se os preceitos da lei anterior.

Somado a isso, a prova para o quadro de acesso à graduação de cabos da Polícia Militar, que deveria ter acontecido em 6 de agosto, foi cancelada apenas três dias antes da realização, com base na legislação ainda em tramitação.

De acordo com o presidente da Associação de Cabos e Soldados do Estado, sargento Renato Martins Conceição, a situação é complicada porque o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, se baseou no decreto governamental para cancelar a prova de cabos, porém, o veto ainda nem foi apreciado pela Assembleia Legislativa, então se baseou naquilo que é fora do habitual. “Se essa Assembleia emenda um projeto do governo e ele veta, o caminho natural seria que ela derrubasse esse veto, e o comandante se valeu da lógica oposta. A situação é complexa porque havia realmente uma conversa com as lideranças do governo e, sem saber de onde veio essa assessoria ao governador, ele vetou essa emenda e gerou, no momento do veto, um problema muito grande com o cancelamento da prova de cabo”, diz ele.

Segundo o sargento, a associação espera que a assembleia derrube o veto do governador. “A ACS fez as considerações técnicas em relação a essa questão, mas não vai fazer nenhuma mobilização política em relação a isso, porque o desgaste ficou para a assembleia e para o governo”, conta ele, acrescentando que a associação fez o que poderia ser feito, que foi pleitear as emendas que foram aprovadas, por isso, causou estranheza o fato de que o governador assinou o veto alegando que todas as promoções foram regularizadas, quando há quase 700 promoções atrasadas. “Só de cabos há quase 300 e mais de 470 promoções de sargentos atrasadas”.

Ele ressalta que a Assembleia tem até o dia 25 de setembro pra analisar o veto, mas não dá para entender o fato de o Comando estar utilizando a Lei sem que tenha sido completado o processo legislativo.

Sargentos

Há ainda um novo motivo de insatisfação da tropa, que é o fato de o comandante-geral ter feito um despacho que inicia o Curso de Habilitação de Sargento, sendo que na relação final de aprovados havia vários policiais que tinham liminar judicial para ir para o curso.

“Desde que a Lei de Promoção de praças vigora na polícia, todas as pessoas que conseguem liminar ficam como excedentes nas vagas e ele colocou 95 pessoas que conseguiram liminar ocupando vagas, ou seja, excluiu pessoas que tinham certeza de figurar no processo e colocou 95 pessoas com liminar, pessoas que não tiveram uma decisão transitada em julgado. Isso nunca foi feito, parece mais uma medida de retaliação contra a tropa que está gerando uma insatisfação muito grande”, diz o presidente da ACS.

A associação ingressou com mandado de segurança questionando a inclusão dos candidatos com liminar nas vagas do curso.

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