O anúncio tardio das promoções não aplacou a insatisfação da tropa com o Comando da Polícia Militar e com o governo. A insatisfação aumentou com a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 21/2017, a Lei de Promoções de Praças e Oficiais, considerado pela maioria dos policiais prejudicial à categoria.
Na ocasião da cerimônia cancelada, a convocação dos praças e oficiais para o evento foi considerada por uma parcela dos policiais uma tentativa de o governo transmitir que não há nenhuma animosidade entre o Comando da PM e a tropa. A cerimônia também teria o intuito de promover o governo.
Nesta quinta-feira, em um momento de entrega de viaturas, considerado festivo, o governador ficou “blindado” do que poderia acontecer se os oficiais e praças tivessem se deslocado de todo o Estado para a cerimônia.
Na última semana, o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar (Assomes), tenente-coronel Rogério Fernandes, lembrou que o policial quer valorização salarial, já que tem obrigações consigo e com a família. Ele ressaltou que as promoções não são presentes do governo, mas são justas e merecidas pelos militares pelo transcurso de suas carreiras. “O nível de insatisfação é tão grande que não temos certeza se essas promoções serão capazes de diminuir a insatisfação com a desvalorização salarial e a falta de perspectivas das carreiras dos oficiais e praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar”, contou ele.