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Governo rejeita proposta, endurece o jogo e anuncia demissão de 154 policiais

Havia a expectativa que até a meia-noite desta terça-feira (14) fosse anunciado o fim da greve dos policiais militares, que nessa segunda-feira (13) entrou no seu décimo dia. Um acordo entre o governo do Estado e o Movimento de Mulheres, Familiares e Amigos de Policiais e Bombeiros Militares estaria na iminência de ser fechado, conforme publicado por Século Diário.
 
Mas o acordo fracassou. O governo rejeitou a proposta, apesar de o movimento ter tirado da pauta de reivindicações o reajuste salarial. Os familiares dos policiais pleiteavam, em contrapartida, o pagamento de escalas-extras, auxílio-alimentação e reajuste no auxílio-farda. 
 
O governo, porém, esclareceu que mesmo sem a inclusão na proposta do reajuste de 47%, os outros pleitos também significariam impactos financeiras que não poderiam ser assumidos pelo Estado.  
 
Além de rejeitar a proposta, que também reivindicava anistia de policiais sujeitos a punições disciplinares e criminais por envolvimento no movimento, o governo ainda endureceu o jogo. Na contramão da proposta que pedia a anistia dos militares, o governo anunciou as demissões de 154 policiais, publicadas no Diário Oficial desta terça-feira (14) – confira abaixo a lista do D.O. dos policias submetidos ao Conselho Disciplinar. As efetivações ou não das demissões, porém só serão confirmadas após a conclusão dos processos.
 
Ainda no conjunto de medidas punitivas aos policiais supostamente acusados de incitar o movimento paredista, a Secretaria de Segurança deve anunciar também a abertura de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para punir outros militares. 
 
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, confirmou que foram indiciados 703 policias pelo crime de revolta, previsto no Código Penal Militar, cuja pena pode chegar a 20 anos de reclusão, bem como a expulsão dos quadros da Corporação. 
 
Os procedimentos serão conduzidos pela Corregedoria da PM, que tem até 60 dias para conclusão. Em seguida, os casos vão para a Promotoria de Justiça Militar, e na sequência, a Vara de Auditoria Militar – órgão da Justiça estadual – será responsável pelo julgamento das ações.
 
Movimento enfraquece
 
O fracasso das negociações e as medidas anunciadas pelo governo para punir os policiais representam um duro revés ao movimento, que começa a enfraquecer após 10 dias de paralisação. A proposta sem o reajuste de 47% foi uma das últimas cartadas do movimento para tentar salvar, ao menos, alguns pontos da pauta de negociações.
 
O governo, porém, se sentiu mais confiante para endurecer o jogo com o movimento grevista após perceber que a situação começou, aos poucos, a se normalizar nesta segunda-feira. As instituições funcionaram normalmente, o comércio reabriu, os ônibus voltaram a circular e a população retomou suas rotinas: trabalho, escola, lazer. 
 
O medo que tomou conta da população nos últimos dias não desapareceu por completo, mas vai diminuindo a medida em que as pessoas voltam à rotina. As presenças dos homens do Exército e das Forças Nacionais, Guarda Municipal e dos policiais militares, que começaram a voltar às ruas – segundo o governo, mais de 1,7 mil atenderam às convocações do Comando da PM -, fortaleceram o governo na condução das negociações, que. aliás, Paulo Hartung nunca esteve disposto a fazer. 
 
Resta saber qual será o posicionamento do movimento ante a virada de mesa do governo. A reportagem tentou falar com alguns interlocutores do movimento, mas ninguém respondeu. 

Confira a lista dos primeiros policiais submetidos ao Conselho de Disciplina

O CORONEL COMANDANTE GERAL  DA  PMES,  no  uso  de  suas atribuições  legais,  faz  saber  a todos  a  quem  interessar  possa,  e em  especial  aos  policiais  militares abaixo-relacionados, que foi instaurado  Conselho  de  Disciplina, nos  termos  da  legislação  aplicável, tendo  como  acusados  os  seguintes militares estaduais:

1º  Sgt  QPMP-C  Teer  Clen  Coutinho Mesquita, RG 11.487-5/NF 821310;  1º  Sgt  QPMP-C  Nilson José  Pereira,  RG  17.883-0/NF 873138;  1º  Sgt  QPMP-C  João  Luiz Erlacher,  RG  13.541-4/NF  837146; 1º  Sgt  QPMP-C  Franklin  Gonçalves, RG  13.728-5/NF  838760;  3º  Sgt QPMP-C  José  Telmo  Petri,  RG 16.126-1/NF  857078;  3º  Sgt QPMP-C  Michelli  Ferri  Tonini,  RG 19.664-2/NF  2673029;  3º  Sgt QPMP-C  Lourival  da  Penha  Couto Filho,  RG  15.658-6/NF  853371;  Cb QPMP-C  José  Maria  de  Oliveira,  RG Ralph  Lana  Vaz,  RG  22.695-9/NF 3508854;  Sd  QPMP-C  Eric  Oliveira de 15.642-5/NF  853218;  Cb  QPMP-C Ademir  Carvalho  Silva,  RG  16.2373/NF  858083;  Cb  QPMP-C  Luiz Acylino  Bregensk  do  Nascimento, RG  16.766-9/NF  862980;  Cb QPMP-C Odair de Almeida  Lizio, RG 17.976-4/NF  873722;  Sd  QPMP-C Marcos  Antonio  Rodrigues  Santana, RG  18.080-0/NF  874623;  Cb QPMP-C  Junior  Leônides  Afonso,  RG 18.141-6/NF  875202;  Cb  QPMP-C Gleydson  França  Florentino,  RG 18.413-5/NF  877843;  Cb  QPMP-C Narderson  Leite  dos  Santos,  RG 18.146-7/NF  875240;  Cb  QPMP-C Amilson  Schneider,  RG  18.433-4/ NF  878045;  Cb  QPMP-C  Marcelo Monteiro,  RG  18.573-5/NF  879414; Cb QPMP-C Kerllen Cristian Acácio  Andrade,  RG  18.624-8/ NF  879906;  Cb  QPMP-C  Marcelo Peroba  Rodrigues,  RG  18.904-2/ NF  882152;  Cb  QPMP-C  Jobson Rodrigues  Monteiro,  RG  18.8836/NF  881950;  Cb  QPMP-C  Lucina Schultz  da  Luz,  RG  19.641-3/ NF  2672553;  Cb  QPMP-C  Juliana Mendes  Santana  Amancio,  RG 19.618-9/NF  2673401;  Cb  QPMP-C Maria  Aparecida  Matos  Teixeira Martins,  RG  19.656-1/NF  2672588; Cb  QPMP-C  Danilo  Pesca,  RG 19.765-7/NF  2757680;  Cb  QPMP-C Marcelo  Nogueira  da  Silva,  RG 19.819-5/NF  2634120;  Cb  QPMP-C Glegson  Lima  de  Souza,  RG 19.790-8/NF  2757770;  Cb  QPMP-C Bruno  Loss  Menezes,  RG  19.754-1/ NF 2757630.

O  conteúdo  integral  das  portarias de  instauração  será  oportunamente dado a conhecer.

Vitória, 13 de fevereiro de 2017.

NYLTON  RODRIGUES  RIBEIRO FILHO

CEL QOC PM Comandante Geral da PMES

 
(Aguarde novas atualizações sobre a posição do movimento às medidas do governo)

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