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Homicídios e roubos de veículos disparam no Estado

A paralisação do policiamento ostensivo por 22 dias no mês de fevereiro deste ano evidenciou a falta de investimentos nas polícias Civil e Militar. A onda de homicídios e crimes patrimoniais no período persiste mesmo após quatro meses do evento atípico, mostrando a fragilidade dos números apresentados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e que, sem investimentos, os números voltam a subir rapidamente.
 
De acordo com dados do Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindipol-ES), nos primeiros quatro meses do ano foram roubados ou furtados 3.740 veículos no Estado. Esses dados referem-se somente aos registros feitos na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) e o número pode ser ainda maior, já que, no período da crise na segurança, as vítimas fizeram registro online e em outras delegacias.
 
Em fevereiro foram furtados e roubados 1,3 mil veículos, contra 640 em janeiro. Nos meses seguintes à paralisação os números continuaram em ascendência em relação a janeiro, chegando a 785 roubos e furtos em março e 1.015 em abril.
 
Essa modalidade de crime ocorre também em áreas consideradas nobres. Nesta quinta-feira (11), a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa fez uma audiência no bairro Jardim da Penha, em Vitória, diante do aumento dos casos de roubos e furtos de telefones, bicicletas e carros, além do tráfico de drogas na região.
 
O evento foi presidido pelo deputado Euclério Sampaio (PDT), vice-presidente da Comissão de Segurança, e teve a presença do secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, e do chefe de gabinete do governador Paulo Hartung (PMDB), Paulo Roberto Ferreira. Também participaram o procurador Paulo Panaro Figueira Filho; o major Carlos Magno de Oliveira; representantes das polícias Militar e Civil e de associações de moradores.
 
O auditório da escola em que foi realizada a audiência estava lotado de moradores da região que abrange a circunscrição da 12ª Companhia de Polícia Militar – bairros Aeroporto, Boa Vista, Jabour, Jardim Camburi, Jardim da Penha, Maria Ortiz, Mata da Praia, Morada de Camburi, Parque Industrial, Pontal de Camburi, República, Segurança do Lar e Solon Borges – que pressionaram por melhorias na região.
 
Os moradores cobraram mais rondas noturnas e que o efetivo de 221 policiais prometidos pelo governo do Estado realmente esteja presente, atuando com cerco tático.
 
O secretário reconheceu a crise, mas alegou que ela está em todas as áreas. Ele prometeu novas viaturas e reequipamento da polícia e reforçando a presença na rua. A pressão dos moradores deu resultado e o secretário prometeu também a instalação de um módulo de Polícia Militar na Ponte da Passagem, ao lado do Posto Avançado da Guarda Municipal de Vitória. 
 
Homicídios
 
Assim como os crimes patrimoniais, os homicídios também cresceram em 2017, seguindo a toada da crise na segurança pública. Até abril deste ano, foram 582 homicídios, quase cinco por dia. Esse registro projeta para o ano 1.752 homicídios, que representa taxa de 44 mortes violentas por grupo de 100 mil habitantes.
 
A taxa projetada para este ano é a maior desde 2013, que 2013, que foi de 42,2 por 100 mil. Além disso, os altos índices de homicídios mostram como a redução é frágil, já que depois da crise de fevereiro, os números continuaram superiores a janeiro.
 
No mês de janeiro foram registrados 97 homicídios, já em fevereiro, foram 229 e, tanto em março quanto em abril, foram 128 homicídios.
 
O crescimento nos índices de violência é inversamente proporcional aos investimentos na área de segurança pública no Estado. A Polícia Civil, com um efetivo defasado, não tem capacidade de investigar todos os crimes. Os cortes lineares feitos em todas as áreas atingem até mesmo o combustível das viaturas. 

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