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Instituto denuncia violência nos morros do Centro e descaso do poder público

Na região foram registrados três assassinatos nos últimos dois meses, além de invasão de casas, como alerta o Raízes

Em nota divulgada nesta sexta-feira (1), o Instituto Raízes voltou a denunciar a violência nos territórios da Piedade, Fonte Grande, Moscoso e Capixaba, no Centro de Vitória, além de recordar que a maioria das reivindicações das comunidades para conter a violência não foi atendida pelo poder público. Segundo o integrante da entidade, Jocelino Júnior, nos últimos dois meses aconteceram três assassinatos –  dois na Fonte Grande e um no Morro da Capixaba -, e casas de moradores têm sido invadidas.

Jocelino relata que o conflito no tráfico tem se intensificado, indicando interesse de traficantes de outros lugares em ocupar os morros do Centro. Já as invasões, registradas principalmente na Piedade, atingem parentes de pessoas envolvidas no tráfico, ocorridas, inclusive, nesta semana. Segundo ele, relatos de moradores da comunidade apontam que as pessoas são ameaçadas e questionadas sobre onde estão seus familiares.

O integrante do Instituto Raízes reafirma que a entidade “cobra permanentemente resposta sobre o Plano 15”, que são as reivindicações entregue às gestões estadual e municipal em 2020, após protesto contra o extermínio de jovens na região. “Infelizmente já havíamos apontado que, sem atuação comprometida de articulação intersetorial, projetos para as juventudes, oportunidade de renda e outros mecanismos, ações pontuais e desconectadas da realidade das comunidades não seriam suficientes para enfrentar o (des) controle do tráfico de drogas”, diz a nota.
Ele afirma que algumas poucas ações têm sido de fato encaminhadas, como o caso de 10 famílias que foram beneficiadas pela Prefeitura de Vitória com moradia, após usufruírem de aluguel social. Outras 40 aguardam moradia. Elas saíram de suas casas em 2020 por causa do aumento da violência e, consequentemente, do medo. Jocelino destaca ainda que a base da Polícia Militar (PM) na Piedade não atende às necessidades, pois o efetivo é reduzido, e que “faltam ações socioassistenciais articuladas no território”.
Entre as demandas estão a ampliação do atendimento de saúde com mais psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, médicos, agente de saúde e outros profissionais; avaliação de todos os postes da comunidade para troca de lâmpadas queimadas; demolição de casas abandonadas; criação e fortalecimento de projetos de cultura e esporte; instalação de câmeras em pontos estratégicos da comunidade; e mutirão de limpeza fixo.
Em 20 de agosto o Instituto Raízes também divulgou uma nota denunciando a ausência de políticas sociais na região. A medida foi tomada após um tiroteio na Fonte Grande, que resultou em uma morte.

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