O fato aconteceu em julho de 2009, na cela de triagem do Complexo de Viana, quando o BME realizou uma operação de revista no local. Depois da operação, sem explicação lógica ou estratégia operacional, um integrante do BME disparou contra o interno, atingindo o pescoço e o olho esquerdo, causando cegueira permanente.
Segundo o advogado do interno, Ricardo Ribeiro, a Polícia Militar chegou a instaurar inquérito, alegando a tese de que o disparo fora acidental, o que considera infundado, já que o BME é a tropa de elite da Polícia Militar do Estado e de treinamento especial.
Além disso, o fuzil, arma disparada contra o interno, conta com trava de segurança que precisa ser destravada para que seja disparada. De acordo com relatos da vítima e de outros internos, o disparo foi realizado com o intuito de causar pânico entre os apenados.
O interno só foi levado para atendimento médico depois de quatro dias do disparo, quando também passou por exame de corpo de delito.
A defesa do interno pede reparação do Estado no valor de 150 salários mínimos e que o interno seja indenizado pelos ganhos que deixará de ter em virtude da lesão permanente sofrida em decorrência da redução da capacidade laborativa na forma de pensão, até a data em que ele completaria 65 anos.