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domingo, setembro 8, 2024

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Julgamento do ex-prefeito de São José do Calçado deve acabar na madrugada desta quarta

O primeiro dia de julgamento do ex-prefeito de São José do Calçado (região do Caparaó) Alcemar Lopes Pimentel, acusado de ser mandante do assassinado do vereador Warley Lobo Teixeira, em 2010, foi marcado pelo depoimento dos delegados que atuaram no caso. 
 
O julgamento começou com atraso porque a defesa do ex-prefeito apresentou pedido liminar contestando a atuação dos promotores do Grupo Especial de Trabalho em Persecução Penal dos Crimes Dolosos contra a Vida e de Auxílio aos Promotores de Justiça das Varas Criminais do Tribunal do Júri (GETPEJ), do Ministério Público do Estado (MPES). O pedido da defesa foi negado e o julgamento foi iniciado por volta de 10h40, com quase três horas de atraso. 
 
Além de Alcemar, também está sendo julgado Eneias Borges, apontado como intermediário do executor do crime Fernando Mauricio de Souza, condenado a 19 anos de prisão em julgamento realizado em 2012. 
 
O primeiro a depor foi o deputado estadual Gilsinho Lopes (PR), que é delegado de Polícia Civil e foi o responsável pela prisão do ex-prefeito no município de Bicas, em Minas Gerais. Após do depoimento do deputado, foi feito o recesso para almoço e depois foi ouvido o delegado Wanderson Prezotti, lotado em São José do Calçado na época. 
 
A Promotoria anunciou que vai levar para depor o executor do crime Fernando Mauricio de Souza. A atitude é considerada uma surpresa, já que Fernando, que primeiro assumiu ter matado o vereador, mudou todo o depoimento e negou participação no crime, inclusive no julgamento. 
 
A intenção é que o julgamento seja realizado somente nesta terça-feira e termine na madrugada de quarta-feira (17). Devem ser ouvidas de seis a sete testemunhas ao todo.  
 
O MPES havia solicitado e a Justiça acatou que o julgamento fosse realizado no Fórum de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, por conta da relação da vítima e dos réus com a população local.
 
Crime
 
Alcemar e Eneias são acusados de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A pena pode chegar a 30 anos de reclusão. 
 
O vereador foi assassinado por volta de 21h15 do dia 21 de fevereiro de 2010, após estacionar o carro na Praça Governador Bley, próximo à residência dele, em São José do Calçado. 
 
As investigações da Polícia Civil e do Ministério Público apontaram que o crime havia sido encomendado, já que o edil havia denunciado irregularidades cometidas pelo ex-prefeito ao MPES e ao Ministério Público Federal (MPF). 
 
De acordo com a denúncia, Warley pretendia entregar um dossiê comprovando atos de improbidade praticados pelo ex-prefeito aos promotores de Justiça. Entre a contratação do executor pelo mandante e o assassinato, o MPES e a Polícia apuraram que se passaram 15 dias. 
 
Depois de ser preso em flagrante, Fernando confessou que havia cobrado R$ 30 mil para assassinar o vereador. Após atirar em Warley, o executor fugiu em uma moto, que quebrou a poucos quilômetros de onde havia ocorrido o homicídio. O intermediário, que estaria acompanhando toda a ação, teria dado fuga a Fernando em um carro. 
 
Já o ex-prefeito foi preso no município de Bicas, em Minas Gerais, uma semana após ter fugido. 

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