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Justiça realiza oitivas de testemunhas da morte do sindicalista Edson Barcellos

A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJES) concluiu na última sexta-feira (22) a fase de oitivas de testemunhas no processo que apura o mando na morte do sindicalista Edson José dos Santos Barcellos. Ele foi assassinado em junho de 2010 e o atual prefeito de Conceição da Barra (norte do Estado), Jorge Donati (PSDB) foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPES) como mandante.

Donati, apesar de intimado, não compareceu às oitivas, já que a defesa dele entendeu não ser necessário. No entanto, presidente da audiência, o desembargador substituto Marcelo Menezes Loureiro, considerou a atitude equivocada diante da clara ordem judicial.

O magistrado marcou para a próxima sexta-feira (29) uma nova audiência para a oitiva do prefeito.

Edson Barcellos era servidor concursado da administração municipal. Ele vinha denunciando desvios de verbas que Donati teria praticado como chefe do Executivo municipal e iria prestar depoimento em Vitória sobre as denúncias de compra de votos durante a campanha do atual prefeito à eleição, em 2008, mas foi assassinado antes.

Crime

O sindicalista foi encontrado morto, no dia seguinte ao sequestro, com sinais de execução, em meio a uma plantação de eucaliptos nas imediações do município barrense. No local, o sindicalista teve os pés e as mãos amarradas, os olhos vendados e a boca amordaçada. Sem chances de defesa, a vítima foi morta com um tiro na testa.

Um dos acusados de ser o executor do crime, Diego Ribeiro Nascimento, em depoimento à Polícia Civil, confessou que foi contratado por intermédio de Oséias Oliveira da Costa para matar o sindicalista pela quantia de R$ 7 mil reais, a mando de um “peixe grande” que se chamava Jorge Donati. O outro denunciado pela autoria do crime é Rodolpho Nascimento do Amaral Ferreira.

Após matarem Barcellos, os dois pistoleiros teriam seguido para o município de Aracruz, no norte do Estado, para se livrar do carro da vítima. O corpo foi desovado em local ermo e atearam fogo no Santana do sindicalista para dificultar as investigações da polícia.

As duas armas utilizadas no crime, segundo a denúncia do MPES, foram fornecidas por James Antônio de Almeida e Rondinelli Ribeiro do Nascimento Amaral.

Donati chegou a ser preso preventivamente durante as investigações. Uma dessas prisões se deu após o assassinato de uma das testemunhas do crime do sindicalista, Mateus Ribeiro dos Santos, o Mateusão, que foi executado em Linhares (norte do Estado) após denunciar que o prefeito de Conceição da Barra estava envolvido no crime.

O caso teve tanta repercussão no município que teria havido até mesmo pressão em cima do bispo de São Mateus para que o padre da paróquia de Conceição da Barra, Moacir Pinto, fosse afastado. Ele dissera na missa de corpo presente do sindicalista que nem ele nem a população do município poderiam descansar enquanto não fosse solucionado o crime.

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