Crime que vitimou Lara Croft, assassinada por PMs em Cariacica, completa um mês neste sábado
O assassinato da travesti Lara Croft completa um mês neste sábado (13), sem que qualquer resposta sobre a apuração dos fatos seja dada à família. A omissão do Estado diante do crime motivou a realização de uma manifestação nesta sexta-feira (12), às 19h, na Rua da Lama, em Alto Lage, Cariacica, local onde a vítima foi morta. O protesto é organizado pela Associação Grupo Orgulho Liberdade e Dignidade (Gold), com a anuência da família de Lara.
A vítima foi assassinada a tiros. Os disparos foram feitos por um policial militar, que, juntamente com um colega de trabalho que o acompanhava, alegou que a travesti estava em atitude suspeita, sendo, por isso, dada voz de abordagem. Ela, então, teria tentado golpear os policiais com um barbeador. Entretanto, moradores afirmam que Lara foi abordada violentamente, sem que os tivesse agredido.
Deborah afirma que a mãe de Lara procurou a entidade solicitando auxílio, pois a família quer justiça. A partir daí, foi feita a proposta de fazer o ato, que tem sido divulgado na comunidade pelos familiares. “A presença da mãe na Gold em busca de esclarecimento simboliza todas as mães de travestis, é um pedido de apoio a todas as demais que, por causa do estigma, nem ao menos contaram com familiares que reivindicassem justiça. Lara não estava armada, e mesmo assim, levou cinco tiros. Não havia necessidade dessa violência”, critica Deborah.
Deborah destaca a necessidade de políticas públicas para trans e travestis. “A gente vê, por exemplo, o investimento em Centros de Referência da Juventude [CRJ], mas a juventude trans e travesti não acessa esses espaços, por não atender diretamente essas pessoas, assim como acontece em outros equipamentos”, destaca.