quinta-feira, novembro 14, 2024
22.1 C
Vitória
quinta-feira, novembro 14, 2024
quinta-feira, novembro 14, 2024

Leia Também:

Mesmo com altas taxas de feminicídios, André Garcia tenta ‘vender’ modelo capixaba para ministro da Justiça

O secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, se reuniu nesta semana com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para apresentar propostas de combate à violência contra a mulher. No entanto, Estado ainda enfrenta dificuldades para superar as altas taxas de homicídios de mulheres, que reduzem irrisoriamente ano a ano.

De acordo com o Boletim de Informações Criminais do Estado, lançado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) com os dados do quarto trimestre de 2015, naquele ano o Estado registrou taxa de 6,7 crimes letais intencionais (CLI) contra mulheres por grupo de 100 mil habitantes, contra 7,3 em 2014, ou seja, houve redução de apenas 0,6% nessas taxas entre 2014 e 2015.

O mesmo não acontece com os crimes letais intencionais praticados contra homens, que apresentaram taxa de 75,2 mortes por 100 mil em 2014, contra 66,6 por 100 mil em 2015, representando queda de 8,6% entre os dois anos.

Garcia chegou ao Estado, oriundo de Pernambuco, pelas mãos do atual prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), em 2007 quando ele reassumiu a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) depois de uma malfadada incursão de Rodney pela secretaria municipal de Defesa Comunitária de Caruaru.

Depois de ocupar a subsecretaria de Integração Institucional da Sesp entre 2008 e 2010, André Garcia foi alçado à chefia da pasta com a desincompatibilização de Rodney Miranda do cargo para concorrer a uma vaga de deputado estadual.

Ao fim do segundo mandato de Hartung, em 2010 e com Garcia à frente da Sesp, o Estado estava na liderança das taxas de homicídios de mulheres no País, com 9,8 homicídios por 100 mil, de acordo com dados do Mapa da Violência 2012 – Homicídios de Mulheres. Naquele momento, a média nacional de homicídios femininos, no mesmo período, foi de 4,6/100 mil, ou seja, metade da taxa do Espírito Santo.

Nos anos seguintes, não houve quedas consistentes nessas taxas, assim como houve nos homicídios de homens.

De acordo com o Mapa da Violência 2015 – Homicídio de Mulheres no Brasil, estudo conduzido pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz e lançado pela Faculdade Lationo-americana de Ciências Sociais (Flacso), um dado que corrobora com a tese de que a violência letal contra mulheres ocorre, na maioria das vezes, no seio familiar é a origem da agressão. No Mapa da Violência 2015 foi feito um levantamento sobre a relação da vítima e do agressor com base na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O questionário indaga, no quesito 0039: “Nos últimos 12 meses, o(a) sr(a) sofreu alguma violência ou agressão de pessoa conhecida (como pai, mãe, filho(a), cônjuge, parceiro(a), namorado(a), amigo(a), vizinho(a))?”. Das 52.908 pessoas pesquisadas no Estado, 42.397 mulheres responderam que sofreram agressão por pessoa conhecida e 10.511 homens responderam afirmativamente a essa questão.

Quando se toma os casos daqueles que foram agredidos por pessoa desconhecida, os números praticamente se invertem. Das 59.176 pessoas pesquisadas, 32.252 homens responderam que foram agredidos por desconhecidos e 26.924 mulheres responderam o mesmo.

Mais Lidas