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Morador de Vila Velha cobra respostas sobre irmão morto a tiros

Após dois meses do crime, família afirma não ter nenhuma informação sobre o andamento da investigação

PCES

Um morador de Vila Velha denuncia a lentidão na investigação da morte do irmão, Ademilson Nascimento de Oliveira. O pedreiro foi assassinado a tiros na avenida Darly Santos, em outubro, mas até o momento a família não obteve nenhuma informação sobre o andamento da investigação.

“Muitos falaram que foi briga de trânsito do terminal Itaparica, outros falaram que foi discussão, mas foi muito rápido e já fazem dois meses que aconteceu e a polícia não dá nenhuma resposta. Fui lá umas seis vezes na DHPP [Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa]”, relata Paulo Henrique do Nascimento Oliveira, irmão de Ademilson.

De acordo com ele, na última vez, foi informado que o delegado estava de férias e, quando retornasse, começaria o processo de averiguação.

Ademilson foi morto pela manhã, chegando na avenida Darly Santos e, tudo indica, que a ação foi rápida. Paulo conta que, no dia do assassinato, viu o irmão saindo para trabalhar e após alguns minutos soube da morte. “Ele saiu de casa mais ou menos uns 7 minutos para às 6h e eu fiquei sabendo pela televisão era 6h13 mais ou menos que ele foi morto, foi atacado a tiros”.

De acordo com Paulo, o irmão era pedreiro e vendia linguiça para complementar a renda. “A gente fica muito triste, abalado, porque eu via ele saindo pro serviço cedo pra trabalhar, alegre, feliz, disposto a ir para ro trabalho. Todo mundo ficou muito chocado”, afirma.

A Polícia Civil alega que o caso está sendo investigado por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) Vila Velha e, até o momento, nenhum suspeito de cometer o crime foi detido. Disse, ainda, que nenhuma outra informação seria repassada para preservar a apuração.

“A PCES destaca que a população pode auxiliar na investigação por meio do telefone 181. O Disque-Denúncia é uma ferramenta segura, onde não é necessário se identificar para denunciar. Todas as informações recebidas são investigadas. As informações ao Disque-Denúncia ainda podem ser enviadas por meio do site, onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas”, informara, por meio de nota.

Dados divulgados em outubro pelo Instituto Sou da Paz mostram que mais da metade dos homicídios ficam sem esclarecimento no Espírito Santo. Os números, que fazem parte da edição 2021 do levantamento “Onde Mora a Impunidade”, revelam que o índice de crimes não elucidados é de 51%.

Os dados se baseiam em crimes ocorridos em 2018. A pesquisa identificou que 51% dos homicídios registrados no Espírito Santo nesse período não haviam sido denunciados até 31 de dezembro de 2019. Para realização do estudo, um homicídio doloso é considerado esclarecido quando pelo menos um agressor foi denunciado pelo Ministério Público.

No caso do Paulo, em Vila Velha, a falta de respostas torna o processo de luto ainda mais difícil. “Agora ninguém fala mais nada. Falam que a investigação ainda está em andamento, mas a família fica querendo saber o que houve, porque meu irmão era uma pessoa evangélica e a vida dele era de casa para o trabalho, igreja pra casa (…) É complicado de entender. Temos que achar os culpados do que aconteceu. Não pode ficar impune isso”, cobra.

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