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Mormo em cavalos ainda afeta Regimento de Polícia Montada

Depois da detecção de um foco de contaminação por mormo – zoonose fatal que acomete equinos – no Regimento de Polícia Montada (RPMont), a Polícia Militar instaurou sindicância para apurar as condições de todo o plantel da corporação, o que levou à interdição dos locais em que eles ficam alojados e, consequentemente, à suspensão do policiamento feito com o auxílio dos animais. 
 
Informações dão conta que, após a interdição e a sindicância realizada, mais 12 cavalos do plantel adquirido em Pernambuco teriam sido sacrificados por desenvolverem sintomas da zoonose. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) na quinta-feira (5) na tentativa de confirmar a informação recebida, mas até o fechamento desta matéria não houve resposta. 
 
O plantel adquirido na da Coudelaria Souza Leão, nome fantasia da CSL Produção Rural Ltda, localizada no Recife, em Pernambuco, em fevereiro deste ano, chegou ao Estado, em março, com uma égua apresentando sinais típicos da doença – quadro de doença respiratória aguda. Os animais tinham Guia de Trânsito Animal (GTA), emitida pela Agência de Defesa Agropecuária de Pernambuco (Adagro/PE) dentro do prazo de validade.
 
Para os sintomas que a égua apresentada, foi sugerida suspeita de pneumonia aguda em razão da viagem. A Coudelaria foi acionada e arcou com 12 dias de tratamento com antibióticos e os sintomas desapareceram.
 
No entanto, uma égua nascida no RPMont passou a apresentar os mesmos sintomas no mês seguinte à chegada do plantel de Pernambuco, o que provocou o acionamento do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), que comprovou a ocorrência de mormo após exames feitos nos animais. 
 
Na ocasião da conclusão da sindicância, seis animais do regimento já haviam sido sacrificados, sendo quatro do plantel de Pernambuco e dois do próprio RPMont. Com a notícia de que outros 12 animais oriundos de Pernambuco possam ter sido eutanasiados, o número sobe 16. 
 
A médica veterinária do Idaf, Heloísa Helena Magalhães Soares Monteiro, prestou informações à comissão de sindicância e salientou que há fortes indícios de que a origem do mormo que acometeu os equinos no Estado seja a Coudelaria Souza Leão. Ela explicou que o caso ocorreu após a entrada de animais de Pernambuco no RPMont e que o tratamento da primeira égua a apresentar sintomas pode ter levado ao estado de portador assintomático, ou seja, o animal não manifesta sintomas aparentes da doença, mas continua infectado e eliminando a bactéria transmissora. 
 
Ela salientou, ainda, que, em torno de 23 dias após a chegada dos animais de Pernambuco, a égua Jornada, nascida e criada no RPMont, apresentou os primeiros sinais compatíveis com o mormo. Este período é compatível com o período de encubação da doença.
 
O valor do contrato entre o Estado e a empresa é de R$ 822.283, sendo que a empresa venceu os dois lotes da licitação para o fornecimento de equinos, o primeiro no valor unitário de R$ 19.134 e o segundo de R$ 21.779 para a aquisição de até 35 equinos e sete éguas matrizes, para serem usados no policiamento ostensivo e para fins de reprodução. A constatação de mormo nos animais abre precedente, até mesmo, para a anulação de contrato, já que, dos 42 animais previstos em contrato, foram adquiridos apenas 25, sendo quatro contaminados com mormo, conforme constatação do Idaf.

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