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MPES cria projeto para revisar processos de réus presos

O Ministério Público do Estado (MPES) criou, através do Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (Getep) o Projeto de Revisão Geral, que tem o objetivo de analisar processos de réus presos em Centros de Detenção Provisória (CDPs) da Grande Vitória.

Segundo dados do sistema Geopresídios, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o sistema penitenciário do Estado tem 19,3 mil internos para 13,6 mil vagas, ou seja, déficit de 5,6 mil vagas. Destes internos, mais de 8 mil são provisórios.

O projeto visa analisar os processos dos internos e determinar se há necessidade de manter o interno encarcerado.

Caso os promotores verifiquem que há excesso de prazo na prisão provisório, que o réu é primário, tem residência fixa e condições de cumprir medidas cautelares será requerida a soltura para que responda à ação em liberdade.

Os promotores também vão atuar para agilizar a tramitação das ações penais pedindo, inclusive, antecipação de datas de audiências ou para interrogatório dos réus se for necessário.

A expectativa é que os trabalhos sejam concluídos em até 90 dias. Os promotores usarão como base as informações lançadas no Sistema Integrado de Informação Penitenciária do Estado (Infopen-ES), que tem os dados de todos os internos do sistema prisional.

Precariedade

Do total de internos, 40,8% são provisórios, ou seja, ainda não passaram por julgamento, enquanto 42,2% já foram condenados. Para fazer a contenção e escolta dessa população carcerária há um contingente de inspetores penitenciários defasado e com materiais de trabalho sucateados.

As celas nos CDPs, que têm 6 m², deveriam abrigar quatro internos, sendo que há um 1 bebedouro, 1 bidê, quatro nichos nas paredes, que servem como armários e quatro camas. No entanto, neste espaço exíguo ficam mais internos do que a capacidade permite, e aí têm início os conflitos.

Quanto mais internos em uma cela – que ficam confinados o dia inteiro – maior é a possibilidade de conflitos e motins, e os inspetores penitenciários só conseguem fazer a contenção até certo nível.

 
O baixo efetivo faz com que em determinados plantões haja apenas três inspetores efetivos. Somente os efetivos podem acautelar armas e, geralmente, atuam nas contenções das muralhas nos presídios e fazem escoltas internas e externas de presos. 

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