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​Professora de inglês vítima dos ataques em Aracruz está intubada

Internada no Hospital Jayme dos Santos Neves, ela apresentou piora, conforme aponta novo boletim da Sesa

Uma das vítimas dos ataques realizados por um adolescente em Aracruz, norte do Estado, apresentou piora, conforme aponta o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) na manhã desta terça-feira (29). Trata-se de uma professora de inglês, de 37 anos, que está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves, na Serra, em grave estado geral. Ao contrário do que foi informado no último boletim, agora ela está intubada.

A professora se chama Degina Rodolfo de Oliveira Fernandes, conforme informou a família ao jornal A Gazeta. Ela levou cinco tiros do atirador de 16 anos, apreendido no Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), em Cariacica.

Outra mulher, de 51 anos, também se encontra em grave estado geral na UTI do mesmo hospital. Uma mulher de 58 anos, internada no Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas apresenta estado de saúde estável e aguarda melhora nas feridas em membro inferior para ser submetida a uma nova cirurgia.

As duas crianças também permanecem internadas no Hospital Estadual Nossa Senhora da Glória, em Vitória, mais precisamente no Pronto Socorro Dra Milena Gotardi. A que está em situação mais preocupante é uma menina de 14 anos, que segue na UTI, intubada, em grave estado geral. Um menino de 11 anos permanece estável, em UTI semi-intensiva, após apresentar melhoras no seu quadro de saúde.
A Sesa não divulga os nomes dos internados, “em observância à Lei Geral de Proteção de Dados, bem como ao princípio da liberdade e da privacidade”.

O atentado da última sexta-feira (25) já fez quatro vítimas fatais: Selena Sagrillo, de 12 anos, e as professoras Maria Penha Pereira de Melo Banhos, 48 anos, Cybelle Passos Pereira Lara, 45 anos, e Flávia Amboss Merçom, de 38 anos.

O crime
Os ataques foram executados por volta das 9h30, primeiramente contra a EEEFM Primo Bitti, em Coqueiral de Aracruz, onde o atirador havia estudado até junho deste ano. Após arrombar o cadeado, ele invadiu a escola e acessou a sala dos professores e depois outras salas. Em seguida, entrou em um carro Renault Duster dourado, com placas tampadas, para outra escola do bairro, de gestão privada, o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), onde efetuou mais disparos, deixando outras vítimas, fugindo em seguida com o mesmo veículo.
Por meio de uma operação integrada das Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PCES, PMES e PRF-ES) e com apoio do Cerco Eletrônico da Prefeitura de Aracruz e do Estado, foi possível localizar o atirador no início da tarde, em uma das casas da família no município, onde ele foi apreendido, com colaboração dos pais e do próprio menor, que mostrou todos os objetos, roupa e suástica nazista utilizadas nos crimes.
Ele responderá por “ato infracional análogo aos crimes de nove tentativas de homicídio qualificada por motivo fútil, que gerou perigoso comum e com impossibilidade de defesa da vítima e, quatro homicídios qualificados por motivo fútil, que gerou perigo comum e com impossibilidade de defesa da vítima”.
Pai tenente
A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) também investiga quais as possíveis contribuições do pai do atirador, um tenente da Polícia Militar, para que o crime fosse consumado, e quais as relações do adolescente de 16 anos com células nazistas e fascistas que se expandem pelo país. Um dos pontos da investigação é descobrir se o pai ensinou ao filho a dirigir e atirar. Nessa segunda-feira (28), a Corregedoria da Polícia Militar instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o pai do adolescente, que foi afastado das atividades operacionais e vai permanecer nas administrativas no decorrer do processo.

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