O Coletivo Feminista de Guarapari Mulheres que Lutam realizará, nesta terça-feira (9), às 11h, o ato Nenhuma a Menos #jacilenepresente, em frente à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Guarapari, em Muquiçaba. A motivação do ato foi o assassinato de Jacilene Braz Mota, de 49 anos, morta pelo marido, Alberto Barreto dos Santos, nesse domingo (7). Durante a manifestação, as mulheres reivindicarão a aplicação, em todo o Espírito Santo, da Lei nº 14.541, que prevê o funcionamento ininterrupto das Deams.
Conforme informações do site G1, Jacilene foi morta a facadas, dentro de casa e os gritos foram ouvidos pelos vizinhos do casal. O marido confessou o crime. Quando a Polícia Civil (PC) chegou, informou à corporação que havia lavado a faca utilizada e deixado na pia da cozinha. A vítima chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimemto Móvel de Urgência (Samu), que tentou reanima-la por uma hora até constatar sua morte.
A integrante do Coletivo Feminista de Guarapari Mulheres que Lutam, Emilly Marques, que também faz parte do Fórum de Mulheres do Espírito Santo (Fomes), afirma que feminicídios em Guarapari são recorrentes. “Enquanto movimento feminista não deixaremos que nenhuma mulher seja esquecida. Quem mata uma mulher, atinge todas nós. Feminicídios são mortes evitáveis e violentas”, diz.
Emilly prossegue dizendo que “em memória Jacilene e todas mulheres que tiveram suas vidas ceifadas pelo feminicídio e o poder patriarcal, sempre nos reunimos e reivindicamos aperfeiçoamento das políticas públicas para nenhuma vida ser retirada”. De acordo com Emilly, as Deams 24h devem atuar com a rede de enfrentamento à violência contra a mulher “fortalecendo a prevenção e assistência às vítimas e sua família”.
A lei nº 14.541/2023 foi sancionada em abril passado. Ela prevê o funcionamento 24h das Deams inclusive aos finais de semana e feriados. Não havendo a delegacia especializada em um determinado município, a delegacia existente deverá dar prioridade ao atendimento à mulher vítima de violência, que deve ser feito por uma agente feminina especializada nessa abordagem. A lei prevê ainda assistência psicológica e jurídica a mulheres vítimas de violência.