A reunião entre o governo e representantes dos militares foi um dos pontos do acordo preliminar que pôs fim à paralisação da PM no Espírito Santo, firmado no último dia 25 – quando a greve já durava 22 dias. Inicialmente, o Ministério Público do Trabalho (MPT) se colocou como mediador na tentativa de conciliação entre as partes. No entanto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vetou a participação do MPT e decidiu que o MP estadual seria competente para mediar as negociações.
Na decisão pela realização da audiência de conciliação, o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública, Mário da Silva Nunes Neto, notificou representantes do governo e de associações militares, porém, condicionou a participação de familiares e amigos de PMs responsáveis pelos piquetes em frente aos quarteis a sua identificação. Esse fato foi visto com reservas pelo grupo de mulheres, que teme sofrer represálias. Elas alegam ainda que o movimento é horizontal, por isso, no molde proposto, a audiência não tem legitimidade como uma forma de mediação.
O advogado da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rafael Pimentel, que chegou a participar da mediação inicial feita pelo MPT, foi barrado de participar da audiência na Justiça comum. O magistrado teria alegado que a entidade não seria parte no processo, desta forma, o advogado só poderia participar caso fosse representante de alguma mulher ou do grupo – desde que suas integrantes fossem identificadas, algo que é rechaçado por elas.
Após o ato em frente à sede do Executivo estadual – que fica a poucos metros do Fórum –, o grupo realiza uma interdição parcial da Avenida Jerônimo Monteiro, no esquema “pare e siga”. O trânsito no local é lento. A Guarda Municipal está acompanhando o protesto.