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‘Não podemos permitir violência no Centro ou em qualquer outro lugar’

A Amacentro, presidida por Walace Bonicenha, denuncia espancamento em praça

A Associação de Moradores do Centro (Amacentro) contatou a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa para averiguar quais medidas podem ser tomadas pelo Colegiado no caso de um homem em situação de rua que foi espancado na Praça Ubaldo Ramalhete, no Centro de Vitória. Conhecida como Bruno Beleza, a vítima sofreu a violência no dia 27 de dezembro e ainda se encontra na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os culpados ainda não foram identificados.

Arquivo Pessoal

A Amacentro aguarda o fim do recesso dos parlamentares para se aprofundar no diálogo com a Casa de Leis sobre o tema. “A gente acredita na Justiça, nos órgãos competentes. Acreditamos na estrutura do Estado, apesar de muitas vezes não dar o que almejamos. Não podemos viver em estado de barbárie. Não podemos permitir violência no Centro ou em qualquer outro lugar”, defende o presidente da Associação, Walace Bonicenha.

A Amacentro já havia se manifestado sobre o caso por meio de uma carta manifesto destinada às “autoridades dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, do Ministério Público, Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Espírito Santo (OAB/ES), Secretaria de Estado da Segurança Pública, Polícia Civil e Militar, Secretaria Municipal de Segurança Urbana, religiosas, sociedade civil organizada e demais lideranças comprometidas com a justiça e os direitos humanos”.

No documento a entidade solicitou “urgente investigação e providências”. Reivindicou a investigação, por meios legais, para identificar e responsabilizar os autores do crime; implementação de medidas preventivas para evitar que novos episódios de violência aconteçam, especialmente contra os mais vulneráveis; fortalecimento das políticas de assistência social e de apoio à população em situação de rua, promovendo acolhimento, segurança e inclusão; e que as lideranças religiosas e comunitárias colaborem na construção de um diálogo social que repudie a violência e possibilite a promoção humana e a paz.

“Devemos reafirmar nosso compromisso com uma convivência baseada no respeito à vida, na solidariedade e no cumprimento das leis. Convidamos todos a se unirem a nossa causa, somando vozes para que a justiça prevaleça e para que possamos construir uma comunidade na qual todos tenham o direito de viver com dignidade e segurança”, finaliza a nota.

Criação de fórum

Uma das propostas da Amacentro no que diz respeito às pessoas em situação de rua, cujo número no Centro é cada vez maior, é a criação de um Fórum com a participação e protagonismo desse grupo, além da atuação do poder público e da sociedade civil organizada para debater políticas públicas. Para isso, já começou a contatar algumas entidades para apresentar a proposta, como a Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de Vitória, que irá marcar uma data para reunião.

Walace aponta algumas políticas que podem ser implementadas, como a construção de banheiros públicos para que a população em situação de rua possa tomar banho, garantindo mais dignidade, e ações de segurança alimentar e nutricional. Para ele, essa população é muito criminalizada, sendo, inclusive, apontada como responsável pela violência. “Dizer que todo e qualquer assalto que acontece no Centro é praticado por pessoas em situação de rua é simplista”, diz.

Para o líder comunitário, não se deve também desacreditar das políticas públicas. “Não dá para ficar somente dizendo que as políticas não funcionam. Não funcionam em que parte? Como melhorar os Centros Pop, os albergues, por exemplo?”, questiona. Walace defende, ainda, o debate sobre as políticas de saúde mental, já que, conforme afirma, há um aumento de pessoas em situação de rua com problemas psíquicos.  

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