Os peritos do Estado realizam, na próxima semana, uma assembleia para traçar as mobilizações pela valorização da categoria. A realização da atividade, que ainda não tem data definida, foi motivada pelo anúncio do reajuste de 6% para todos os servidores públicos estaduais, mais 4% para o pessoal da área de segurança pública, totalizando 10%, conforme informado pelo governador Renato Casagrande nessa segunda-feira (31).
O presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Espírito Santo (Sindiperitos), Tadeu Nicoletti, afirma que os trabalhadores receberam com surpresa o anúncio, uma vez que as negociações para que o salário dos peritos chegasse, pelo menos, mais próximo da média nacional, estavam sendo feitas junto à Secretaria da Casa Civil (SCV) e à Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger).
O salário dos peritos é R$ 5,7 mil, já a média nacional R$ 12,6 mil, cerca de 120% de diferença. “O reajuste anunciado pelo governador mantém a Perícia Capixaba como a mais mal remunerada do país”, diz Tadeu, destacando ainda que, embora a inflação de 2020 e 2021 tenha sido de 16%, a porcentagem dada para sua reposição aos trabalhadores da segurança pública foi de apenas 4%.
A proposta de reajuste linear de 6% será encaminhada ainda nesta semana para análise da Assembleia Legislativa, que nesta quarta-feira (2) reinicia os trabalhos no Plenário, depois do recesso parlamentar. O cálculo para definir o percentual se baseia no comportamento da receita do Estado, de “modo a reajustar os rendimentos dos servidores sem comprometer o equilíbrio fiscal e a solidez das contas públicas”, afirma a gestão estadual.
O reajuste será aplicado a partir de fevereiro deste ano, contemplando mais de 95 mil profissionais, entre ativos (efetivos, comissionados e designação temporária), aposentados e pensionistas. O investimento resultará num acréscimo anual de, aproximadamente, R$ 400 milhões em gastos com pessoal, acrescenta o comunicado.
Não é somente os peritos que estão insatisfeitos com o aumento proposto por Casagrande. Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos) anuncia “que irá, em breve, convocar uma assembleia para decidir os rumos do movimento pela recomposição inflacionária, onde será discutido a possibilidade de greves e paralisações”. A entidade destaca que o Espírito Santo alcançou nota A e está bem abaixo dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Já a inflação no Espírito Santo, somente em 2021, bateu os 11,5% (IPCA), informa.