Na noite deste domingo (31) três internos fugiram da Penitenciária Agrícola de Viana (Paes). Eles serraram o portão do Pavilhão 2 da unidade e fugiram por um matagal próximo ao presídio. No momento da fuga havia apenas cinco inspetores penitenciários na Paes, sendo que eles trabalham por contratação temporária, ou seja, não podem portar armas.
A penitenciária em que ocorreu a fuga abriga internos que estão em regime semiaberto. Em teoria, eles teriam de trabalhar durante o dia e retornar à unidade à noite, mas como não há trabalho para todos, muitos dos internos ficam em regime fechado.
Para o Sindicato dos Agentes do Sistema Penitenciário do Estado (Sindaspes), a segurança nas unidades fica abalada por falta de efetivo nos plantões. O número de inspetores poderia ser maior se não tivesse sido publicada, em 2014, a Portaria 074-S, que proíbe que os novos inspetores trabalhem no regime de plantão, por isso, eles cumprem carga horária de 40 horas semanais.
Os inspetores, inclusive, pleiteiam o direito de trabalharem no regime de escala assim como os outros profissionais do sistema penitenciário. Eles contam que, da forma como o trabalho vem sendo conduzido com a atual carga horária, os inspetores estão sendo sobrecarregados e alguns deles cogitam tirar licença médica.
A redução no número de inspetores nos fins de semana e feriados tem facilitado a ocorrência e as tentativas de fugas. No início de maio, os inspetores de plantão na Penitenciária de Segurança Máxima I (PSMA I), em Viana frustraram uma fuga na unidade.
No momento da tentativa de fuga havia dez inspetores no plantão, sendo que sete participaram da ação para frustrar a fuga e apenas dois poderiam portar armas, pois eram efetivos.
Os inspetores flagraram um interno no teto da galeria tentando serrar a chapa de ferro para fugir. Somente quando viram que não seria possível a fuga, os internos desistiram.
