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Polícia Civil arquiva PAD contra Hilário Frasson, assassino de Milena Gottardi

Segundo a PC, o PAD é “sobre suposta ameaça a testemunha”. Hilário foi demitido da corporação em 2019

Foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (22), o arquivamento do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) em desfavor de Hilário Antônio Fiorot Frasson, assassino da médica e sua ex-mulher Milena Gottardi, em setembro de 2017, quando saia do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), onde trabalhava como pediatra. Hilário foi condenado a 30 anos de prisão por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual.

Conforme consta no ato, a Polícia Civil (PC) resolveu, por unanimidade de votos, “que todas as transgressões disciplinares imputadas ao PC IP Hilário Antônio Fiorot Frasson se encontram prescritas, devendo o PAD 36/2019 ser arquivado”. Procurada por Século Diário, a PC informou apenas que a prescrição é “sobre suposta ameaça a testemunha”. Disse ainda que Hilário “não faz mais parte dos quadros da instituição, foi publicado no dia 4.10.2019 no Diário Oficial a demissão a bem do serviço e incompatibilidade de exercício de função ou cargo público por 10 anos”.

O julgamento de Hilário Frasson, apontado como mandante do crime, foi em 2021, com duração de oito dias. Outras cinco pessoas foram condenadas: seu pai, Esperidião Frasson, que também foi mandante, condenado a 30 anos; Dionathas Alves Vieira, executor, que pegou 18 anos e 8 meses; Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho, condenados a 26 anos e 10 meses por intermediarem a negociação entre o mandante e o executor; e Bruno Broetto, que disponibilizou a moto usada no crime e, por isso, foi condenado a 10 anos e 5 meses.
A motivação do crime, segundo o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), foi o fato de Hilário não aceitar a separação. Milena já se sentia ameaçada pelo então marido, tanto que deixou uma carta registrada em cartório relatando sua angústia em relação à reação de Hilário diante da separação. Seus medos também foram relatados por testemunhas, que afirmaram que ele ia constantemente ao Hucam e que a médica estava desconfiada de que estava sendo monitorada pelo celular.
Antes mesmo do assassinato, para obter a guarda das filhas após Milena conseguir liminar para sair de casa com elas, Hilário tentou obter ajuda de magistrados. O juiz a quem ele recorreu foi Alexandre Farina, afastado pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) em 2021, após a Operação Alma Viva, realizada pelo MPES, que investigava venda de sentenças, e afastou também o juiz Carlos Alexandre Gutmann. Hilário foi apontado como intermediário de um dos esquemas.

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