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Policiais antifascistas no Estado querem nova política de Segurança Pública

Movimento quer alterar ação policial, ponta da corda da política de segurança para reprimir e manter uma injusta ordem

Leonardo Sá

“Os policiais acabam sendo usados, na ponta da corda da política de Segurança Pública, para reprimir, manter uma injusta ordem. O Estado punitivista só chega à periferia do sistema para reprimir e intimidar”. O texto é parte da tese que será debatida no 3º Congresso Nacional de Policiais Antifascismo, que ocorrerá em Natal, Rio Grande do Norte, de 23 e 25 deste mês, e vem sendo divulgado pela coordenadora do movimento no Espírito Santo, Maria Helena Vasconcelos, que lidera a comitiva capixaba.

“Pense comigo: para as políticas de saúde e da educação, a participação popular já é muito maior. Para as políticas de segurança, os governos não ouvem o povo”, comenta Maria Helena.

A policial enfatiza a necessidade de o movimento se organizar nacionalmente, destacando que as teses que serão apresentadas foram construídas de forma coletiva, no sentido de atingir os objetivos, que é de transformar o movimento, segundo o tema central dos debates, em “uma força viva, antagônica ao fascismo, e construir o policial como um trabalhador, sujeito de direitos e deveres, não um herói. Herói não reivindica, herói resolve sozinho, e isto não é possível de se realizar numa sociedade desigual como a brasileira”.

Para atingir os objetivos, é necessário maior participação das categorias da área de Segurança Pública, o que leva Maria Helena a estender o convite ao congresso a todos os que puderem se deslocar a Natal. Além dela, já estão confirmadas outras lideranças do movimento no Espírito Santo, mas ela está empenhada em levar o maior número possível de representantes.

“Tanto membros quanto outros trabalhadores da Segurança Pública interessados na construção de uma política pública de segurança, democrática e popular, pois o congresso é mais uma etapa do movimento, que nasceu em contraposição ao fascismo”, diz Maria Helena, que define o movimento como uma ação coletiva: “Queremos nos organizar de forma democrática, buscando consensos, não só decidindo no voto quando formos tratar os desafios que se apresentarem para nós”.

A terceira edição do Congresso Nacional de Policiais Antifascismo terá como tema central “Por uma Segurança Pública Democrática e Antifascista – O fascismo no Brasil, ontem e hoje, suas causas, consequências e conjuntura” e “A Segurança Pública no Brasil e a necessidade de reformulação estrutural e de relacionamento com a sociedade”. No último dia do evento, haverá a leitura da Carta de Natal, onde serão expostos os propósitos, estruturação e próximos passos do movimento.

O Movimento dos Policiais Antifascismo surgiu em 2016, a partir do encontro de policiais (estaduais e federais), militares, guardas municipais, policiais penais e bombeiros, visando a construção de um projeto democrático de Segurança Pública para o País. O objetivo é dialogar om a sociedade e o poder político para definir uma pauta mínima propositiva para a formulação de um modelo democrático para o Brasil.

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