O sentimento das participantes é que continuarão nas portas dos batalhões pelo tempo que for necessário. As mulheres acreditam que, aos poucos, a população percebe que as demandas do movimento também refletirão na melhoria da segurança para a população, ou seja, se as demandas forem atendidas, toda a sociedade seria beneficiada.
Mesmo o governo afirmando que não vai negociar enquanto as mulheres permanecerem nas portas dos batalhões, a expectativa é que haja uma chamada para uma rodada de negociações, já que não houve negociações de fato, apenas a negativa integral da pauta de reivindicações do movimento.
A expectativa, na ocasião da apresentação da pauta de negociações nesta segunda-feira (20) era que, pelo menos, houvesse a análise da proposta pelo governo. No entanto, o que houve foi mais uma negativa de negociações, com a afirmação que qualquer conversa estaria suspensa enquanto as mulheres permanecerem nos batalhões.
A tentativa do governo é desmobilizar as mulheres, mas outras medidas, como o anúncio da extinção do Batalhão de Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam) e do Batalhão de Missões Especiais (BME), não desmobilizaram o movimento, que segue firme, mesmo com o governo alegando que tem menos gente na porta dos batalhões.
Notificações
As medidas para enfraquecer o movimento das mulheres também foram mantidas. Duas das dez mulheres que estão sendo intimadas pela Justiça – em ação movida pelo governo – já foram notificadas para que deixem as portas dos batalhões.
Uma delas, inclusive, já peticionou através do advogado informando que já havia deixado a porta do Quartel do Comando Geral (QCG), em Maruípe, Vitória, e que não pretende voltar ao local.