Iniciativa protesta contra a não abertura de diálogo com a categoria por parte do governo do Estado
Os peritos oficiais do Espírito Santo pediram exoneração, nesta quinta-feira (23), dos cargos de chefia da Polícia Técnico-Científica. A medida é um protesto diante da não abertura de diálogo com a categoria por parte da gestão de Renato Casagrande, uma vez que as negociações para tratar da valorização salarial e autonomia da Perícia foram interrompidas sem explicações e previsão de retorno.
A entrega dos cargos foi deliberada em assembleia realizada no dia nove de fevereiro e o comunicado encaminhado para a Superintendência de Polícia Técnico-Científica por meio de uma carta aberta endereçada ao governador. O presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Espírito Santo (Sindiperitos), Tadeu Nicoletti, informa que os cargos entregues englobam setores como Laboratórios Forenses, Criminalística e Identificação.
Também pediram exoneração trabalhadores que atuavam em projetos em andamento na Perícia, como os de informatização de microcomparador e da identificação civil e criminal, e construção da sede, que será em Cariacica.
Os servidores afirmam, na carta aberta, que sempre estiveram ao lado do governador “para a produção de provas técnicas que podem garantir uma investigação eficiente, uma persecução penal justa, fornecendo elementos para inocentar ou condenar acusados com propriedade, sob a luz da ciência”, colocando “o interesse público em primeiro lugar, acima das nossas próprias aspirações pessoais, por entendermos que é uma missão fomentar a polícia e a justiça com provas científicas”.
Os trabalhadores também reclamam de o governador apagar “suas respeitosas manifestações em sua rede social” e “tentar nos calar como se não existíssemos”.
Nessa segunda-feira (21), eles dialogaram com os deputados estaduais para apresentar suas reivindicações. “Precisamos que os deputados sensibilizem o governo”, defendeu Tadeu Nicoletti. A categoria lotou as galerias da Assembleia Legislativa, durante sessão que aprovou as propostas de reajuste linear de 6% para o funcionalismo público, acrescentando mais 4% aos servidores da segurança pública.
Em 15 de fevereiro, os peritos se concentraram na Praça Costa Pereira, Centro da Capital, em uma manifestação rumo ao Palácio da Fonte Grande, de onde seguiram até o Palácio Anchieta. O protesto terminou em frente ao edifício Augusto Ruschi, onde fica a Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger).
Antes da assembleia de nove de fevereiro, quando foi deliberada a entrega dos cargos de chefia caso não houvesse abertura de diálogo, outra manifestação foi realizada, em frente ao DML, em Santa Luíza, Vitória. Depois os trabalhadores fecharam uma faixa de veículos da Reta da Penha, onde incendiaram um caixão.