As inspeções que vêm sendo realizadas pela entidade desde 2012 subsidiam o material entregue. Nas visitas a unidades policiais de todo o Estado, o Sindipol constatou que os profissionais atuam em ambientes insalubres e sem condições de trabalho e em muitos desses locais têm de arcar com custos das delegacias.
No Serviço Médico Legal (SML) de Linhares (norte do Estado), por exemplo, além das péssimas condições físicas, há falta de efetivo e usuários e policiais convivem com o risco de desmoronamento desde 2013.
Como não há efetivo para desempenhar funções que não sejam de perícia e médicos legistas, a prefeitura do município cedeu um gari para dirigir o rabecão. A função só pode ser exercida por quem tem habilitação nas categorias D e E. Além disso, um policial deveria dirigir a viatura, por isso, essa situação demonstra usurpação de função.
Nas delegacias regionais da Grande Vitória o quadro não é diferente e algumas unidades operam com apenas três policiais por plantão, quando a legislação prevê 30.
Em algumas dessas unidades os próprios policiais tiveram de arcar com serviços como limpeza de caixa de gordura e manutenção de ar condicionado, além de fazerem “vaquinha” para a compra de água mineral.
Todos os episódios constatados pelo Sindipol foram denunciados para o Corpo de Bombeiros, a Vigilância Sanitária, Defesa Civil e para Ministério Público Estadual (MPES), além da própria Secretaria Estado de Segurança Pública (Sesp) e para a Chefia de Polícia Civil, mas nada foi feito.
Diante do silêncio das instituições, o Sindipol reuniu todas as denúncias em dossiê e encaminhou ao MPT, que instaurou procedimento para avaliar a real situação de 38 delegacias do Estado.