Um dos servidores que denunciou a elaboração do edital apontou que os servidores não têm treinamento para o uso destas armas. Para ele, a socioeducação se faz com educação, não com repressão e uso de armas.
Os trabalhadores consideram que a aquisição de armamento pelo Iases é uma tentativa de controlar o caos que se tornaram as unidades de atendimento socioeducativo. Atualmente, as unidades estão superlotadas em detrimento do baixo efetivo.
As unidades do Estado estão sucateadas e, diversas vezes, os servidores têm de arcar com custos de materiais educativos. Eles denunciam que faltam até mesmo produtos de higiene, como sabonetes, repelentes e pasta de dente e que as famílias dos internos que contribuem para a compra desses produtos.
Para o Sindipúblicos, ao utilizar armas “menos” letais nas unidades do Iases, o Estado se isenta de responsabilidade de socioeducar os jovens em conflito com a lei, caracterizando-os como “caso de polícia”. A entidade defende que antes de qualquer aquisição desses armamentos, seja realizada uma ampla consulta e debates públicos junto aos servidores e à sociedade para garantir uma socioeducação verdadeira.