O Governo Renato Casagrande (PSB) anunciou que a partir do próximo sábado (5) está autorizada a retomada das visitas familiares nas unidades do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases). A medida, segundo o poder público estadual, foi tomada em decorrência da estabilização da pandemia da Covid-19. As visitas poderão ocorrer quinzenalmente por familiares, amigos e outros representantes da rede de apoio dos adolescentes.
Estarão aptas a receber as visitas somente as unidades socioeducativas localizadas em municípios classificados como risco moderado ou baixo. Além disso, segundo informações da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, também será levada em consideração a classificação de risco do município onde o visitante reside e vedado o ingresso de pessoas classificadas como grupo de risco. Caso haja suspeita de sintoma gripal, não será permitido o acesso do visitante. Outro fator destacado pelo governo é a obrigatoriedade do uso de máscara por visitantes, adolescentes e servidores.
Um mês depois da retomada das visitas por parte dos familiares, as atividades presenciais religiosas também voltam a funcionar nas unidades localizadas em municípios classificados como risco baixo. Nesses mesmos locais também está autorizado o retorno de atividades externas com os adolescentes em ambientes abertos, como parques, praças e praias, mantendo o uso de máscaras, distanciamento social e orientações de higiene.
A Frente pelo Desencarceramento do Espírito Santo vinha reivindicando o retorno das visitas presenciais com o devido protocolo sanitário, tendo, inclusive, feito
duas manifestações que saíram da Praça Costa Pereira, no Centro de vitória, rumo ao Palácio Anchieta. Antes mesmo da liberação das visitas nas unidades socioeducativas, a Frente havia conquistado, desde 10 de agosto, a possibilidade de os familiares visitarem os detentos nas 35 unidades prisionais do Espírito Santo.
Durante a pandemia, várias violações de direitos humanos ocorreram no sistema penitenciário capixaba. Segundo familiares dos detentos, isso foi facilitado pela falta de comunicação dos presos com suas famílias. A Frente, afirma, prossegue na mobilização para que as demais reivindicações sejam atendidas, como a apuração desses crimes. O grupo foi criado em junho para denunciar violações de direitos humanos no sistema penitenciário, não somente em relação aos detentos, mas também contra seus familiares.