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Agentes da Guarda de Vitória pedem aumento do efetivo e se queixam da falta de diálogo com a prefeitura

A Guarda Civil Municipal de Vitória vem enfrentando um período de precariedade que acaba refletindo nos serviços prestados à população. Além do sucateamento da Guarda e da falta de pessoal, ainda há o fato de 30 agentes terem sido nomeados pelo prefeito Luciano Rezende (PPS), mas não terem sido empossados, o que provocou o desemprego destes profissionais, uma vez que eles deixaram seus antigos trabalhos com a perpectiva de serem nomeados na Guarda.

Para os que estão na ativa, a principal insatisfação é a falta de infraestrutura de trabalho para os servidores. O Sindicato dos Servidores das Guardas Civis Municipais e dos Agentes Municipais de Trânsito (Sigmates) aponta que os vencimentos dos agentes não são reajustados há dois anos, em detrimento de gastos não prioritários no setor.

Um exemplo é o fato de a Prefeitura de Vitória ter alugado cones de sinalização a alto custo, sendo que a administração sempre trabalhou com materiais próprios. Pesa ainda para reforçar a contradição entre o contingenciamento de recursos e os gastos não prioritários a viagem feita por dois subsecretários  municipais – de pastas alheias à Guarda – aos Estados Unidos para que fossem à sede do Google, na Califórnia, para conhecerem mais sobre um aplicativo desenvolvido para monitorar o tráfego.

De acordo com o presidente do Sigmates, Eduardo Amorim, a entidade tem iniciado o diálogo com a administração municipal, mas a conversa tem sido difícil. Ele conta que, no caso dos agentes nomeados e não empossados, a questão sai da área legal e entra na social, já que estes profissionais – que já foram, inclusive, treinados – deixaram os empregos e vieram até mesmo de outros estados e estão sem ocupação enquanto a posse não é dada.

Amorim salienta que a Guarda começou a ter uma identidade agora, mas não é possível prestar um bom serviço de segurança comunitária e de tráfego da forma que estas áreas merecem, já que não há estrutura para esta prestação de serviço e o efetivo não é suficiente.

O agente também ressalta que o diálogo com o atual secretário de Segurança Urbana de Vitória, o coronel da reserva Frônzio Calheira Mota, é especialmente difícil já que, na visão da entidade, o chefe da pasta não produziu resultados no setor. Ele dá o exemplo dos agentes afastados das ruas por conta das denúncias da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Guinchos da Assembleia Legislativa sem que fosse comprovado nada que desabonasse a conduta dos servidores e sem que eles fossem avisados.

Amorim conta que, na última semana, um agente da Guarda foi chamado no gabinete do secretário e foi questionado sobre uma postagem em rede social que o servidor havia feito, não na condição de guarda municipal, mas sim como cidadão contra o projeto Integra Vitória – projeto de integração do transporte municipal, que foi implementado no início de outubro e suspenso dias depois por conta da insatisfação dos usuários. A dificuldade de diálogo, segundo Amorim, está provocando tensão na Guarda Municipal.

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