A direção da Petrobras deu início, nessa sexta-feira (26), às testagens por meio da aferição do exame de PCR, para detectar coronavírus, de todos os 115 trabalhadores que estão a bordo da plataforma P-58. Os testes passaram a ser feitos após envio de ofício por parte do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro/ES). O sindicato reivindicou não somente as testagens dos trabalhadores que estão a bordo, mas também que elas sejam feitas antes de embarcar.
Segundo o diretor do Sindipetro, Valnísio Hoffmann, as testagens estão sendo feitas cerca de dois dias antes do embarque. Entretanto, o Sindipetro defende que também sejam realizadas pelo menos uma semana antes. Essa reivindicação, porém, ainda não foi atendida. “A P-58 estava um caos, em virtude da negligência e omissão dos gestores. Tanto que seis trabalhadores acabaram testando positivo para a Covid-19, dentre próprios e terceirizados. Ou seja, a Petrobras estava devolvendo este trabalhador para casa e ao convívio de sua família, contaminado, sem que ele soubesse”, ressaltou Hoffmann.
O Sindipetro chegou a acompanhar o desembarque de 10 trabalhadores da P-58. Antes deles, desceram dois trabalhadores que haviam testado positivo para Covid-19. Embora o sindicato tenha reivindicado testagens e diárias de hotel para os 10 petroleiros se isolarem enquanto o resultado dos exames não saia, a Petrobras se negou a fazer. Por isso, o Sindipetro pagou os exames e ofereceu as diárias. O sindicato afirma que continuará acompanhando para que seja garantida a saúde dos trabalhadores em tempos de pandemia do novo coronavírus.
Casos
Desde o início da pandemia, o Sindipetro/ES tem cobrado da Petrobras medidas de proteção para todos trabalhadores, inclusive os que não são representados pelo sindicato, como fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Em abril deste ano, 53 trabalhadores do FPSO capixaba, afretado para a Petrobras pela empresa SBM, testaram positivo para Covid-19. Na ocasião eles foram encaminhados para um hotel na Grande Vitória para cumprir o isolamento.
Durante a pandemia, a categoria também passou por demissões, como as ocorridas em abril. Na época, segundo Wallace Ouverney, a Cozivip, empresa responsável pela alimentação nas plataformas do Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro, em vez de afastar do trabalho as pessoas do grupo de risco, demitiu idosos, diabéticos, hipertensos, entre outros.