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Apuração dos votos da eleição do Sindiupes acontece durante a próxima semana

A apuração das urnas do interior da eleição para a nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Estado (Sindiupes) para o triênio 2015-2018 teve início na manhã desta sexta-feira (20) com a contagem dos votos de forma descentralizada. Os votos serão apurados nos locais de votação em cronograma montado pelo Sindiupes e as urnas itinerantes serão encaminhadas para o Sesc de Guarapari para apuração.

Os dois dias de votação – quarta (18) e quinta-feira (19) – foram tensos, com denúncias de falta de transparência e quebra do regimento por parte da chapa de oposição. O pleito deste ano teve duas chapas concorrentes, sendo a Chapa 1 – A Base Luta, a Base Assume, de oposição e a Chapa 2 – Sindiupes com Você, pra Você, de situação, formada por diretores da entidade.

O temor da chapa de oposição é que haja manipulação dos votos em favor da chapa de situação. Isso porque os votos do interior devem ser apurados com mais rapidez e é no interior a maior base eleitoral da Chapa 2. A Chapa 1 teme que, caso a chapa de situação tenha atingido números favoráveis no interior, façam o controle de votos na Grande Vitória por meio da impugnação de urnas.

No primeiro dia de votação, a Chapa 1 denunciou que em diversos locais de votação profissionais não sindicalizados estavam atuando como presidentes de mesa e a oposição acredita que eles tenham sido colocados nesta posição de propósito para que os votos fossem impugnados (na Grande Vitória a chapa de oposição tem maior lastro).

Não há nenhum componente da Chapa 2 na Comissão Eleitoral, uma vez que ela foi formada na assembleia dos professores, realizada em Nova Venécia, no noroeste do Estado, com edital publicado em apenas um jornal, durante o período de recesso escolar , sem divulgação em meios de comunicação do sindicato e sem envio de cartazes para as escolas.

O cronograma de apuração começa com a contagem dos votos em Cariacica, nesta sexta-feira (20). No sábado (21), serão apurados os votos de Fundão; no domingo (22) os de Guarapari; na segunda-feira (23), de Vila Velha; na terça-feira (24), da Serra; na quarta-feira (25), os de Viana; e quinta-feira (26) serão apurados os votos de Vitória. O resultado final só deve ser divulgado na próxima sexta-feira (27). A chapa de oposição pretende fazer a vigília das urnas que estão no Sesc de Guarapari, além de acompanhar a apuração in loco na Grande Vitória.

Durante todo o pleito, a Chapa 1 denunciou as irregularidades que estavam ocorrendo. Diversas urnas não chegaram aos locais de votação, sendo que uma das mais importantes, a da Superintendência Regional de Educação (SRE) de Vitória, jamais chegou ao local.

Na tarde de quinta-feira, a Polícia Militar precisou intervir para liberar a entrada de um integrante da Chapa 1 no prédio do Sindiupes – já que um cordão de seguranças patrimoniais impediram, durante todo o dia, a entrada de integrantes da chapa de oposição – para negociar a saída de urnas itinerantes. Depois de muita negociação, as urnas foram enviadas, mas não foi a listagem com os aptos a votar.

A Chapa 2, de situação e composta por membros da atual gestão, tem nos quadros membros da corrente Articulação Sindical (ArtSind), que é ligada ao deputado estadual Luiz Carlos Nunes (PT), que se licenciou da presidência da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para assumir o mandato deixando na presidência da entidade a vice, Noêmia Simonassi, que também compõe a Chapa 2 do Sindiupes. Atualmente, o Sindiupes é filiado à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), um braço da CUT.

Observadores apontam que a base da categoria tem ressalvas quanto a Chapa 2, que esteve ausente das lutas em momentos importantes do atual governo Paulo Hartung (PMDB), como o combate ao Escola Viva – que institui o turno único em escolas do ensino médio da rede estadual; ao fechamento de turmas da rede estadual; e a luta dos servidores pela revisão anual dos vencimentos.

Ressaltam, ainda, que é interesse do atual governo manter o sindicato atrelado à administração, como vem acontecendo, uma vez que se a entidade permanecer “às boas” com o governo esvazia, assim, o movimento dos servidores públicos. Caso a Chapa 1 vença a eleição, serão três anos de enfrentamento ao atual governo e a retomada da pauta histórica de reivindicações dos professores.

A chapa de situação tem lastro principalmente entre os aposentados. A atual diretoria, inclusive, é acusada de ter aplicado um golpe na assembleia geral de São Mateus, no norte do Estado, realizada em 2014, que modificou o estatuto da entidade, permitindo a reeleição indefinidamente.

Lutas

A pauta de combate às perdas da categoria foi encabeçada pelos próprios alunos da rede estadual em diversos momentos. Foram os estudantes os primeiros a protestarem contra o Escola Viva e contra o fechamento de turmas. Em São Mateus (norte do Estado), por exemplo, os alunos chegaram a acampar na Superintendência Regional de Educação (SRE) no município em protesto contra o fechamento de turmas em quatro escolas do município. No caso do Escola Viva, o Sindiupes chegou a apresentar certa oposição no primeiro momento de apresentação da proposta, alegando que turno integral no ensino médio não seria prioritário para a educação, mas não apresentou oposição à aprovação do Projeto de Lei Complementar  4/2015 pela Assembleia Legislativa, que instituiu o projeto.

Na questão salarial, a atual direção do Sindiupes não permaneceu no Fórum das Entidades do Serviço Público (Fespes) que promoveu diversas assembleias setoriais e atos públicos cobrando do atual governo a revisão anual dos salários; a definição de uma data-base; o reajuste do auxílio-alimentação; e a negociação permanente com os servidores, respeitando as demandas de cada categoria.

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