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Aracruz Celulose (Fibria) corta cartão alimentação de trabalhadores da chefia

A Aracruz Celulose (Fibria) continua a cortar direitos dos trabalhadores. A empresa avisou aos empregados que eles devem usar o saldo do cartão alimentação até o dia 30 de agosto, já que ele será extinto. Diante disso, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Química e de Papel (Sinticel) acionou o departamento jurídico para tentar reverter a situação.

A empresa navega em maré de relativa tranquilidade. No entanto, realiza cortes  que  atingem diretamente os trabalhadores. Há alguns meses, o Sinticel denunciou que a empresa havia cortado desde o pão que é servido na marmita dos trabalhadores, até o subsídio ao Centro Comunitário Coqueiral (CCC), que foi implantado no bairro em que moravam os trabalhadores da empresa, como uma das condicionantes para a instalação da empresa em Aracruz (norte do Estado), ainda na década de 1970.

Os investimentos da empresa têm sido feitos fora do Estado e para os trabalhadores de Aracruz sobra o sucateamento e a retirada de direitos. A Fibria anunciou a aprovação de uma nova linha de produção de celulose, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, com investimento estimado em R$ 7,7 bilhões.

Além disso, a empresa também anunciou que, por conta do projeto de expansão, a empresa firmou acordo comercial com a Klabin para a compra de pelo menos 900 mil toneladas anuais de celulose a partir de 2016.

Enquanto isso, em Aracruz, os trabalhadores convivem com a redução dos direitos. O Sinticel aponta diversas retiradas de direitos adquiridos desde 2010, quando a Aracruz Celulose foi fundida com a VCP, do Grupo Votorantim, dando origem à Fibria.

A empresa terceirizou o serviço de bombeiros civis depois de o Sinticel ter conquistado o direito ao adicional de periculosidade aos trabalhadores que exerciam esta função.

No caso dos operadores de ponte rolante, a empresa – na impossibilidade de terceirizar a atividade – passou a impedir a contribuição mensal dos trabalhadores ao Sinticel sob a alegação de que não seria o sindicato representativo da categoria. A decisão foi tomada depois de a entidade ter conseguido para estes trabalhadores o direito ao adicional por insalubridade.

Além da supressão destes direitos, a Fibria transferiu parte do ônus com o plano de saúde e o seguro de vida para os trabalhadores que passaram a ser coparticipantes; reduziu o abono de férias de 40% para 33,33%; eliminou os presentes de Natal e Dia das Crianças; e acabou com a festa que era realizada aos veteranos, extinguindo o quinquênio que era pago neste festejo.

A clínica médica localizada no bairro Coqueiral, que era subsidiada pela Aracruz, foi alienada. A clínica foi vendida para outra empresa, que praticamente sucateou o estabelecimento. No local, onde antes eram atendidas especialidades, atualmente há apenas um clínico geral.

Os cortes feitos pela empresa afetam diretamente à comunidade do bairro Coqueiral, formada majoritariamente por familiares e funcionários da empresa, que precisam recorrer a serviços oferecidos cada vez mais longe por conta do esvaziamento da comunidade.

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