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Bancários e clientes protestam contra fechamento da agência do Banestes

Bancários, moradores do Centro de Vitória e comerciantes locais protestaram na manhã desta sexta-feira (13) contra o fechamento da agência Graciano Neves, do Banestes. O Sindicato dos Bancários/ES serviu um café da manhã em frente à unidade para dialogar com a população e cobrar a manutenção dos serviços por parte do banco estadual. Durante o ato,  foram distribuídos os biscoitos doces popularmente chamados de “mentiras”, simbolizando a quebra de compromisso do governador Renato Casagrande que, quando candidato ao governo, assinou um documento garantindo que não iria privatizar o Banestes nem adotar medidas para seu enfraquecimento.

Quem passou pela agência também foi convidado a aderir a um abaixo-assinado pedindo a sua permanência, que será enviado ao governador. Com cerca de seis mil clientes, a agência atende aos moradores e comerciantes do Centro e do seu entorno há mais de 40 anos. Seu fechamento, previsto para o próximo dia 10 de janeiro acarretará, segundo o Sindibancários, em prejuízos para o comércio e a população local, contribuindo apenas para o esvaziamento econômico do Centro de Vitória.

Foto: Sérgio Cardoso

Para a produtora cultural Stael Magesck, além do prejuízo para a economia da região e a praticidade para quem mora no entorno, os idosos serão os mais prejudicados. “Há muitos velhinhos que frequentam essa agência, eu vejo sempre. Eles vão ter que caminhar até a Praça Oito?”, reflete.

Stael Magesck destaca ainda que “a agência faz parte da identidade do Centro de Vitória, está aqui há décadas. É uma agência pequena em tamanho, mas grande em afeto. Os moradores do Centro se encontram na agência. E os funcionários são parceiros da comunidade. Como ficarão esses trabalhadores e suas famílias? Desempregados? Temos que pensar nisso também. O fechamento só trará prejuízo, nenhum benefício”.

Dono de um restaurante que funciona há 32 anos no Centro, José Carneiro compareceu à manifestação, aderiu ao abaixo-assinado e afirmou: “Não tem explicação para o fechamento desta agência. Foi toda remodelada, o gerente está fazendo um ótimo trabalho, a equipe é muito profissional. O Banestes aqui traz segurança e estimula o comércio. O Poder Público diz que quer revitalizar, mas retira tudo daqui?”, questiona.

Foto: Sérgio Cardoso

Os comerciantes da região foram representados pelo diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas de Vitória (CDL) Sidney da Costa Ferreira. Ele, que também é vice-presidente do Sindicato do Comércio de Vitória e presidente da União dos Lojistas do Centro, destacou que o possível fechamento da agência Graciano Neves seria uma imensa perda para a região, tanto para moradores e clientes quanto para os comerciantes. “Muita gente saca dinheiro para usar no comércio local. O Governo do Estado está querendo trazer instituições públicas para o Centro e vem essa notícia do fechamento da agência, que vai na contramão da proposta de revigorar a região. Vamos buscar entender o que está acontecendo e tentar, junto com o Sindicato, evitar que a agência feche”, afirmou Sidney Ferreira.

Denúncia na Câmara

Nessa quarta-feira (11), o coordenador-geral do Sindibancários, Jonas Freire, esteve na Câmara de Vitória para alertar os parlamentares do município sobre as ameaças que atingem o Banestes. Além do fechamento de agências, a categoria denuncia a terceirização de setores estratégicos. Uma comissão de vereadores foi criada para tentar mediar conversa com o governador e a direção do Banestes, no sentido de reverter a decisão.

Ele reforçou a importância do Banestes como agente de políticas públicas no Estado e lembrou o compromisso assinado por Casagrande em 2018, quando candidato, de não privatizar o banco estadual. “Os movimentos que vemos, de terceirização, fechamento de agências e demissão enfraquecem o banco, favorecendo a privatização. Por isso essas medidas desrespeitam o compromisso assumido pelo governador”, disse.

Durante a sessão na Câmara, o vereador Vinícius Simões (Cidadania) fez contato com o presidente do Banestes, Amarildo Casagrande, pedindo esclarecimentos sobre o fechamento da unidade. A justificativa foi de que a agência precisava de adequações de acessibilidade. O banco é alvo de ação civil pública movida pela Associação de Defesa de Pessoas com Deficiência (Apasod), que atestou descumprimento da legislação na agência da Graciano Neves.

O motivo, no entanto, é contestado pelo coordenador-geral do Sindibancários e vereadores. “Se a exigência é de acessibilidade, por que não encontrar outro imóvel no Centro que seja adequado?”, perguntou o vereador Roberto Martins (PTB). “Não podemos retroceder. Se o projeto é revitalizar o Centro, temos que abrir agências, e não fechar”, ressaltou ainda Waguinho Ito (Cidadania).

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