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Bancários entram em greve a partir desta terça-feira

Reunidos em assembleia geral na noite desta quinta-feira (1), no Centro Sindical dos Bancários, em Vitória, a categoria aprovou, por unanimidade, a greve nacional a partir da próxima terça-feira (6). Assembleias paralelas aconteceram em Linhares, no norte do Estado; Colatina, no noroeste; e Cachoeiro de Itapemirim, na região sul, nas subsedes do Sindicato dos Bancários do Estado (Sindibancários-ES). Todas aprovaram a paralisação por tempo indeterminado.

Os bancários consideraram insuficiente a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no último dia 25 de setembro, na quinta rodada de negociação, de 5,5% de reajuste para salário, auxílios refeição, alimentação e creche, mais abono de R$ 2,5 mil não incorporado ao salário. Além de não cobrir a inflação do período, de 9,88% (INPC), esse índice representaria uma perda real de 4% sobre os salários e demais verbas da categoria.

De acordo com o coordenador geral do Sindibancários, Jessé Alvarenga, que compõe o Comando Nacional dos Bancários (Contraf) representando a Intersindical, os banqueiros usam a crise econômica do País como desculpa para negar as reivindicações da categoria. O argumento, contudo, não é compatível com a lucratividade do setor financeiro no Brasil.

“Não há crise para os banqueiros. Mesmo em período de retração econômica, os cinco maiores bancos que operam no País (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) lucraram R$36,3 bilhões no primeiro semestre do ano. Um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. A proposta da Fenaban é desrespeitosa e não podemos aceitá-la. Os bancos querem impor um arrocho salarial aos bancários. Por isso vamos fazer uma greve organizada, forte e, se preciso, longa”, diz Jessé.

Negociações específicas

Os bancários criticaram também as negociações específicas com os bancos públicos federais e estaduais.

“Na Caixa, todas as reivindicações específicas foram negadas, com a mesma desculpa de dotação orçamentária. Não temos garantias de mais contratações, de fim do GDP ou de melhoria nas condições de trabalho. O banco não negociou a isonomia e já disse que não pagará a PLR social. Para piorar, o governo federal empurra as negociações da mesa única para baixo. A solução é greve”, disse Renata Garcia, diretora do Sindibancários e bancária da Caixa.

Dérik Bezerra, também diretor do sindicato, avaliou que não houve negociação real na mesa específica do BB e criticou a postura do governo nas negociações. “Depois de anos de aumento acima da inflação, os bancos, aliados com o governo federal, querem restabelecer a lógica do abono, que é um ‘cala-boca’, um recurso que pode tirar o trabalhador do sufoco momentâneo, mas que em médio prazo significa perda salarial e arrocho para os bancários”.

No Banestes, o banco se comprometeu apenas a seguir a proposta econômica da Fenaban e também não apresentou resposta às reivindicações específicas dos banestianos. Vale destacar que o lucro do banco, só no primeiro semestre de 2015, foi de R$ 82 milhões. “O resultado do banco, construído a partir do trabalho de seus empregados, mostra que é possível avançar na proposta”, destaca Jonas Freire, dirigente sindical e bancário do Banestes.

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