Zé Nilton ressaltou que é necessário que a prefeitura do município assuma uma postura menos omissa e atenda às reivindicações dos servidores. O edil lembrou que os servidores de Vila Velha estão sobrecarregados por conta da onda de demissões ocorrida em 2015 e 2016.
Ele também ressaltou que o quadro deficitário de servidores na limpeza pública, por exemplo, ocasiona em um serviço que chega a ser uma “maquiagem”. “Esta situação causa mais doenças na população e mais filas nos postos de saúde. Então, muitas vezes os cortes e a economia de recursos para a manutenção de setores essenciais para a cidade acabam trazendo mais despesas para o município”, disse o vereador.
Já o vereador Anadelso Pereira relatou que trabalhadores que estão trabalhando normalmente durante as férias tiveram o salário cortado. Ele lembrou que a maioria desses trabalhadores recebe salário mínimo que, com os descontos, passa para pouco mais de R$ 700. “Tenho em mãos uma lista de servidores que não receberam seus salários e irei pessoalmente procurar o prefeito Rodney Miranda (DEM), ou o secretário de Administração, Rodrigo Magnago, para tentar regularizar a situação”, afirmou ele.
Cortes
Os salários dos servidores em greve sofreram cortes pelo segundo mês pela prefeitura, mesmo que o movimento paredista não tenha sido considerado ilegal.
Os servidores estão em greve há dois meses e o principal ponto reivindicado é a reposição das perdas salariais. Atualmente, pelo menos 400 servidores efetivos do município recebem menos do que um salário mínimo – recebem salário-base de R$ 777.
De acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais de Vila Velha (Sinfais), o prefeito, junto com os secretários, determinou o imediato corte nos salários, sem qualquer tipo de critério, em atitude considerada autoritária, abusiva e ilegal.
A entidade ressalta que os sindicatos que compõem Frente Sindical dos Servidores de Vila Velha estavam em plena negociação para que a greve terminasse, mas, ainda assim, os salários foram cortados.
A situação dos servidores, que já era precária, ficou ainda pior e ensejou uma campanha de arrecadação de alimentos capitaneada pelo Sinfais. A entidade pede que alimentos não perecíveis e materiais de higiene pessoal sejam doados na sede do sindicato, na Avenida Santa Leopoldina, n° 805, no bairro coqueiral de Itaparica, em Vila Velha. O Sinfais fica em frente à sede da prefeitura de Vila Velha.
O índice de reposição reivindicado pelos servidores está em 37,4% e eles também pleiteiam auxílio alimentação no valor de R$ 400 para todos os servidores.
A falta de respostas da prefeitura perdura desde o ano passado, com a prefeitura insistindo que não havia dinheiro em caixa para repor as perdas salariais dos servidores. No entanto, os salários dos secretários aumentaram em 55% e do prefeito e vice-prefeito em 25% somente no mandato de Rodney Miranda.
A greve foi aprovada pelos servidores presentes à assembleia realizada no dia 22 de março, por unanimidade. As entidades que compõem a frente sindical produziram um site que vai divulgar as ações para os dias de paralisação.
A Frente Sindical dos Servidores de Vila Velha é composta pelo Sinfais, pelo Sindicato dos Enfermeiros do Estado (Sindifenfermeiros), Sindicato dos Farmacêuticos do Estado (Sinfes), Sindicato dos Odontologistas do Estado (Sinodonto-ES), Sindicato dos Psicólogos do Estado (Sindpsi), Sindicato dos Técnicos em Higiene Bucal do Estado (Sindsaudebucal), Sindicato dos Servidores das Guardas Civis Municipais e dos Agentes Municipais de Trânsito do Estado (Sigmates), Sindicato dos Nutricionistas do Estado (Sindinutri) e Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem do Estado (Sitaen).