Com convite para que todos compareçam de roupa azul ou amarela, cores que marcam a tradição dos Correios no Brasil, o Sintect-ES, sindicato que representa os trabalhadores da categoria, promove neste domingo a I Caminhada em Defesa dos Correios, para alertar a população sobre o risco e os danos da proposta de privatização da empresa pública defendida pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). A concentração terá início às 8h30 no estacionamento em frente ao restaurante Bob’s da Praça dos Namorados, em Vitória.
A proposta capitaneada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que chegou a declarar que 17 estatais vão “entrar na faca”, inclui os Correios entre as empresas a serem privatizadas. Para o Sintec-ES, isso representa a entrega de uma parceira estratégica do Brasil para grandes empresas do mercado de logística, considerado um atentado ao patrimônio público, além de custar o emprego de quase 100 mil trabalhadores.
Mas a ideia é justamente não baixar a cabeça e ir à luta para denunciar a situação e ressaltar a importância da empresa para o País. “O objetivo dessa marcha é fazer uma esclarecimento à população, que muitas vezes acaba sendo pautada por informações inverídicas sobre quem tem interesse na privatização dos Correios, e acaba não entendendo o que realmente representa para a sociedade a privatização da estatal”, explica Fischer Moreira, presidente do Sintect-ES e secretário de Imprensa da Federação Nacional de Trabalhadores em Empresa de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect).
O convocação aos trabalhadores da área de correios e postagens é para que convidem suas famílias e amigos para comparecem e se somarem ao movimento. “Os trabalhadores estarão presentes para falar do interesse real do governo em fazer o entreguismo de nossa empresa e explicar para as pessoas como elas serão prejudicadas com a privatização dos Correios de forma direta ou indireta, pois além dos serviços prestados no dia a dia, os Correios são fundamentais em várias outras atividades que o cidadão necessita”, diz o sindicalista.
Durante a caminhada, será feita panfletagem sobre o tema e colhidas assinaturas de um abaixo-assinado feito a nível nacional contra a privatização e projetos de lei que a categoria considera como negativos para a empresa pública e seus trabalhadores. “ É fundamental que o cidadão entenda que os Correios pertencem a todos. É um bem público e secular, e graças a ele temos garantia de muitos serviços. É muito mais do que entregar uma carta, uma encomenda. Onde há presença dos Correios, há cidadania”.