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Com rejeição de 96%, trabalhadores dizem não à proposta da Nestlé

Trabalhadores que participaram do plebiscito desta quarta-feira (12) votaram contra a proposta da Nestlé de reduzir a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 2021. Além da rejeição de 96% à redução, eles também decidiram reivindicar, ao contrário, aumento na PLR.  

“A maioria da categoria disse não à redução e ainda faz propostas, numa demonstração de resistência em busca de uma PLR que atenda a todos os trabalhadores”, avalia a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação do Espírito Santo (Sindialimentação/ES), Linda Morais. 

O aumento da PLR é embasado nos excelentes resultados comerciais e financeiros da fábrica da Garoto, uma das dez maiores do grupo da Nestlé em todo o mundo. A proposta será encaminhada à diretoria da multinacional. 

A proposta inicial da empresa reduz em até 37% os valores de PLR pagos em 2019 e ainda tenta condicionar o pagamento ao alcance de metas de produção, sendo que as maiores reduções propostas são nas faixas salarias menores, onde estão cerca de 80% dos trabalhadores da fábrica. 

Essa é a primeira etapa das negociações do Acordo Coletivo 2021. O anterior, de 2020, conseguiu manter a média de pagamento de PLR e sem a condição de metas a serem atingidas, como historicamente tem sido na Garoto. 

Agora, no entanto, a Nestlé quer aprovar a inserção de metas de produção como condição para o pagamento de PLR, e diminuindo drasticamente o percentual, sendo que, quanto menor o salário, maior a perda de PLR proposta pela empresa. 

“A empresa sempre joga apenas nos ombros dos trabalhadores a necessidade desenfreada de manter o lucro do seu negócio, penalizando-os por fatores que não dependem do desempenho deles”, alerta o Sindialimentação/ES em informativo compartilhado entre os trabalhadores. 

“Além de uma importante e merecida complementação salarial para o trabalhador, a PLR é um recurso fundamental injetado no mercado de consumo na cidade em que a Chocolates Garoto está instalada”, contextualiza o sindicato. “A empresa pode pagar mais e os trabalhadores merecem mais”, reitera.

 

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