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Comissão eleitoral do Sindaspes impugna duas chapas do pleito

A Comissão Eleitoral do Sindicato dos Agentes do Sistema Penitenciário do Estado (Sindaspes) se reuniu nesta quinta-feira (29) para deliberar sobre a impugnação das chapas 1 e 3, que apresentaram recursos contra a medida, instaurada na última segunda-feira (26). O colegiado ficou reunido das 15 às 21 horas e decidiu pela ratificação da impugnação das duas chapas.

A decisão gerou reações por parte das duas chapas, que vão recorrer à Justiça pelo direito de permanecer no pleito. A Chapa 1, composta por membros da atual diretoria da entidade, entende que não existe nada comprovado de envolvimento de integrantes no sumiço de cédulas, no dia 18 de outubro.

A votação foi realizada em 17 de outubro, mas ficou indefinida por conta do sumiço de cédulas. As urnas de votação foram distribuídas nos municípios de Barra de São Francisco e Colatina, no noroeste do Estado; Marataízes, no sul; em Guarapari e em Vitória.

Os integrantes da Chapa 3 também tentam a via judicial para retorno ao pleito. De acordo com o candidato à presidência da entidade pela chapa, Sóstenes Araújo, na reunião desta quinta-feira alegaram que a Chapa 3 havia disponibilizado transporte para que os inspetores penitenciários votassem. No entanto, ele apresentou notas fiscais das locações de transporte comprovando que não foi responsável pelas contratações.

Além disso, ele explica que o Sindaspes colocou poucas urnas para votação, assim, os inspetores que trabalham e moram em São Mateus e Linhares (que têm duas unidades prisionais cada), no norte do Estado, por exemplo, tinham de se deslocar para Colatina para votar. Por isso, ele conta, os próprios inspetores se organizaram para alugar transporte para o deslocamento.

O mesmo aconteceu no sul do Estado, que tinha urnas apenas em Marataízes, obrigando os inspetores das unidades de Cachoeiro de Itapemirim, que concentra quase 70% dos servidores da região sul, a se deslocarem para votar.

Araújo acrescenta que a impugnação da Chapa 1, na verdade, não aconteceu, já que o estatuto da entidade estabelece que, depois de registradas as chapas, é vedada a substituição de membros por renúncia e, no caso da chapa de situação, três membros renunciaram depois de toda a confusão no dia do pleito.

Confusão

As urnas de votação foram distribuídas nos municípios de Barra de São Francisco e Colatina, no noroeste do Estado; Cachoeiro de Itapemirim e Marataízes, no sul; em Guarapari e em Vitória.

A votação transcorreu de maneira tranquila, mas uma confusão ocorrida durante a apuração, já na madrugada do dia 18 de outubro, impossibilitou a conclusão do processo. Os membros da Chapa 3 se disseram injustiçados pela supressão de votos, enquanto membros da Chapa 1, que conta com representantes da atual diretoria, alegaram que a Chapa 3 foi impugnada por irregularidades ocorridas durante a votação.

Em entrevista a Século Diário, o candidato à presidência da entidade pela Chapa 3 contou que, dias após o registro, a chapa foi impugnada e os membros tiveram de recorrer à Justiça para retorno ao pleito.

O inspetor penitenciário relatou que a eleição correu de maneira tranquila, com total lisura e um fiscal de cada uma das quatro chapas fiscalizando as urnas. Às 5 horas, a votação foi encerrada e as urnas foram deslocadas para a sede do sindicato, em Maruípe, Vitória.

De acordo com Araújo, quando terminou a apuração, a comissão alegou que a chapa seria impugnada por ter colocado transporte à disposição dos associados para a votação. Ele disse que a Chapa 1 não colocou o transporte à disposição dos associados, mas que a proibição não era estatutária. Segundo ele, a própria categoria se organizou para votar. “Acusaram sem provas. Não deixaram ninguém subir para a apuração alegando que a chapa seria impugnada e sumiram com todas as cédulas da urna”.

Ele contou que os membros da Chapa 1 viram que a Polícia Militar foi acionada e tentaram evadir, por isso, foi feito um cordão de isolamento em torno do atual presidente da entidade, Antônio Vilela, para que ele não saísse do local. Quando chegaram ao sindicato, o delegado pediu que fosse apresentada a urna, mas faltavam os 600 votos.

Segundo Araújo, foi registrada a ocorrência, que está em fase de inquérito, e a chapa vai cobrar que novas eleições sejam realizadas, com a intervenção do Ministério Público Estadual (MPES). Ele acrescentou que todas as chapas, com a exceção da Chapa 3, eram formadas por membros da atual diretoria com o objetivo de pulverizar os votos e favorecer à Chapa 1.

Chapa 1

Um representante da Chapa 1, que não quis se identificar, deu outra versão para o que aconteceu no dia da eleição para a diretoria do Sindaspes. Ele contou que durante o dia o candidato que encabeça a Chapa 3, que foi fiscal de urna, assediou os agentes pedindo votos para a chapa. Segundo ele, um membro da mesa o repreendeu dizendo que não poderia direcionar os votos.

Este membro da Chapa 1 disse que no fim da tarde começaram a chegar fotos de micro-ônibus e vans que, segundo ele, transportavam votantes a pedido de Araújo. Ele acrescentou que, embora a proibição não estivesse no estatuto, ficou acordado que, assim como nas eleições majoritárias, seria proibido que candidatos bancassem o transporte de votantes.

Ele contou, ainda, que a comissão eleitoral, na elaboração do relatório, optou pela impugnação da chapa diante da comprovação do transporte – com registro de placas e testemunhas – por parte do candidato concorrente e registrou em ata a impugnação. Segundo ele, já era por volta de 5 horas de domingo quando o relatório foi finalizado, mas o representante da Chapa 3, Marcelo Fernandes da Silva, se recusou a assinar.

O integrante da Chapa 1 contou que houve uma discussão no sindicato e, nesse tempo, as pessoas começaram a sair e foi neste momento que o carro do presidente do sindicato foi cercado por cerca de 30 pessoas e a viatura da Polícia Militar chegou, conduzindo todos para a delegacia. Ele conta que Vilela chegou a dizer que tinha violado a urna em primeiro momento, mas alegou depois que temia ser agredido e, em depoimento, negou que tivesse violado.

Ele disse que o delegado não viu provas da violação e liberou todos depois de serem ouvidos.

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