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Depois de mudança nas escalas, trabalhadores do TVV fazem ‘vaquinha’ para pagar contas

A greve dos trabalhadores do Terminal Portuário de Vila Velha (Login-TVV) foi deflagrada, dentre outros motivos, em razão da mudança unilateral da empresa em alterar a escala de trabalho dos portuários, reduzindo em cerca de 40% os vencimentos e deixando os trabalhadores em situação precária.

O diretor da Secretaria de Patrimônio e Tecnologia do Sindicato Unificado da Orla Portuária (Suport-ES), Nixson Ferreira de Souza foi um dos trabalhadores que teve os rendimentos drasticamente reduzidos pela medida. Ele conta que trabalhava em turno fixo dois dias e duas noites, por isso, recebia o adicional por turno e o noturno.

No entanto, com a mudança, passou a trabalhar apenas no turno da manhã, sem os adicionais, o que comprometeu seriamente as finanças da família. Ele conta que não só ele, como os demais trabalhadores da empresa que foram prejudicados com a medida, já haviam comprometido parte do salário com compromissos e tinham um planejamento financeiro em cima da jornada de trabalho, modificada unilateralmente pela empresa.

No caso dele, em um dos contracheques, chegou a receber R$ 75 por conta dos descontos. Mas Nixson conta que a situação dele não é a mais crítica. Segundo o diretor do Suport, há trabalhadores que estão há três meses com os contracheques zerados, tendo de fazer “vaquinha” com outros portuários para pagar as contas. “Tem trabalhadores que estão há 11 anos na empresa, contribuindo com o crescimento do porto e fazendo a roda girar para não levar nada para casa”, lamenta Nixson.

Ele conclui que os trabalhadores do TVV estão pagando a conta da crise, que tem origem no mau investimento e má gestão da empresa. “Nossas famílias não podem pagar por isso”.

Mediação

Nesta terça-feira (11) aconteceu mais uma mediação entre o TVV e o Suport na Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) e, vendo que iria terminar novamente sem proposta da empresa, o mediador solicitou nova reunião, para a próxima segunda-feira (17) e a empresa aceitou. A expectativa é que seja apresentada nova proposta.

Enquanto não acontece a mediação, os trabalhadores permanecem em greve, deflagrada nesta terça-feira, sem previsão de interrupção.

A empresa insiste em proposta de reajuste salarial de 6%, retroativo a março deste ano; na escala de trabalho operacional, manutenção da atual escala de três turmas, de 8 horas, com acordo de revezamento bimestral entre os turnos de trabalho; e abono compensatório de R$ 2,2 mil para os empregados que estavam lotados no turno ininterrupto de revezamento no dia 31 de julho de 2016 e migraram para o turno fixo – o abono não será devido aos empregados admitidos e dispensados após 1 de agosto de 2016. O abono é excepcional e exclusivo para o presente exercício, não se prorrogando para os demais, não integrando a remuneração para nenhum efeito e sem gerar direito adquirido.

Os portuários reivindicam reajuste salarial de 9,98%; tíquete alimentação de R$ 600; e escala em turno ininterrupto de revezamento de oito horas com uma hora de intrajornada, com três turmas, constituídas por seis equipes e, havendo necessidade, com a complementação através de trabalhadores portuários avulsos; além de adicional de turno de 15%.

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