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Depois de paralisação, metalúrgicos da Jurong aceitam proposta de reajuste

Depois de uma paralisação ocorrida nesta quarta-feira (16), os trabalhadores do Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), depois de sete meses de espera, conseguiram que a empresa apresentasse uma proposta salarial que encerrasse a negociação. A negociação já seguia para em julgamento na ação de dissídio coletivo.

A paralisação desta quarta-feira pressionou a empresa a apresentar uma proposta. Da negociação entre o Sindicato dos Metalúrgicos do Estado (Sindimetal-ES) e representantes da Jurong saíram duas propostas, que foram levadas para apreciação dos trabalhadores em assembleia.

A primeira proposta surgiu em audiência de conciliação realizada ainda na tarde de quarta-feira no Tribunal Regional do Trabalho do Estado (TRT-ES) e contemplava reajuste salarial de 9%, retroativo a 1 de setembro e tíquete alimentação de R$ 280. A proposta foi levada à votação e reprovada pelos trabalhadores em disputa de votos acirrada.

O Sindimetal, então, voltou à mesa de negociações e a empresa propôs elevação do tíquete para R$ 300, mantendo o percentual de reajuste em 9%. Os trabalhadores aceitaram a segunda proposta que também estabelece a compensação dos dias parados na greve dos trabalhadores do estaleiro, que foi de 31 de agosto a 17 de setembro de 2015. Os metalúrgicos trabalharão seis sábados, sendo um sábado por mês, para compensar os 17 dias parados.

Retaliação

Depois da greve dos trabalhadores da Jurong, em setembro de 2015, teve início uma onda de demissões no estaleiro. No dia 22 de setembro, cerca de 40 trabalhadores ficaram em cárcere privado por se recusarem a assinar rescisões por justa causa já que havia um acordo firmado no TRT estabelecendo que não haveria demissões enquanto não fosse julgado o dissídio coletivo da categoria.

Na ocasião, os trabalhadores que se recusaram a assinar a rescisão foram mantidos na Jurong e foram vigiados por seguranças armados – alguns deles seriam policiais à paisana – e também foram impedidos de sair das instalações do estaleiro.

Os metalúrgicos só foram liberados depois que o Sindimetal acionou o Ministério Público do Trabalho (MPT), relatando a situação e houve o deslocamento de um representante do órgão ao estaleiro, que exigiu a liberação dos trabalhadores.

No dia 28 de setembro, houve uma reunião na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) para definir a situação dos trabalhadores demitidos. Eles conseguiram reverter a demissão por justa causa para sem justa causa. Os metalúrgicos optaram por não permanecer na empresa, já que se sentiam inseguros para continuar o trabalho na Jurong. Com a demissão sem justa causa, poderão receber todos os direitos trabalhistas e estão livres para buscar nova colocação no mercado sem a “mancha” na Carteira de Trabalho.

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