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​Eleição do Sindicomerciários pode ser anulada três anos depois das denúncias

O Ministério Público do Trabalho (MPT) confirmou as irregularidades com base em laudos periciais

Adulteração de urnas, fraude na contagem de votos, proibição de eleitores da Chapa 2 de votar, atos de violência física e acusações de supostas corrupção com enriquecimento ilícito. Nesse cenário, sem possibilidade de acordo, pode ser anulada a eleição do Sindicato dos Comerciários no Espírito Santo (Sindicomerciários-ES), o maior do Estado, três anos depois de realizada, em 2017. 

A ação, ajuizada por Gedson de Freitas e Luiz Antonio da Silva, recebeu parecer favorável do Ministério Público do Trabalho (MPT), que “opina pela procedência parcial dos pedidos das ações em apreço…postulando pela anulação do processo eleitoral”.

O documento considera que, “com base no exposto, foram verificados diversos indícios e provas de situações que atentam contra a lisura do processo eleitoral realizado em 2017 para composição da diretoria”, conclui o parecer dos procuradores Janine Milbratz Fiorot, Antônio Carlo Lopes Soares e Maria de Lourdes Hora Rocha.

A decisão é mais um capítulo do embate entre a atual diretoria e a Chapa 2 pelo controle do sindicato, que reúne cerca de 110 mil trabalhadores de vários setores, com uma movimentação anual de mais de R$ 10 milhões. O pedido de anulação da eleição seria julgado em 2018, mas foi adiado por conta da substituição da juíza designada para o caso, Alda Pereira dos Santos Botelho.

Gedson de Freitas, coordenador da chapa perdedora, que lidera as denúncias contra a diretoria, aponta quatro diretores por enriquecimento ilícito, ao privilegiar empresas de familiares em convênios de planos de saúde e seguros de vida. Gedson afirma ainda que há membros da atual diretoria, cujo mandato se encerraria em 2021, que pertencem a outra categoria.

A ação pedia uma liminar, em caráter de urgência, negada pela juíza. Segundo Gedson, a perícia designada pela Justiça para avaliar as provas do processo encontrou várias fraudes, entre elas o fechamento de urnas antes da 17 horas, prazo estabelecido pela Justiça, em vários municípios. 

O atual presidente, Rodrigo Rocha, ocupava o cargo de tesoureiro na gestão de Jakson Andrade, que durou 10 anos. Na nova composição, Jakson passou para tesoureiro e Rodrigo foi alçado à presidência por meio da eleição, supostamente fraudulenta.

Uma forma de manter o mesmo grupo no controle da entidade de classe, no quatriênio 2017-2021. A chapa de oposição era liderada por Gedson de Freitas, rompido com a diretoria depois de 19 anos, que denunciou e ajuizou uma ação na Justiça.

Gedson de Freitas, da Chapa 2, apontou, além de irregularidades no processo de votação, o uso do sindicato para a comercialização de planos de saúde e seguro de vida, visando o favorecimento de membros da diretoria.

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