Os servidores negociaram exaustivamente com o governo e a Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) durante todo o ano de 2016, sem sucesso. Os órgãos competentes serão comunicados do início da operação com 72 horas de antecedência.
Durante a Operação Padrão será observada a validade de munições menos letais e, caso estejam vencidas, não serão usadas. Em hipótese alguma os servidores aceitarão escala extra. Além disso, o banhos de sol dos internos serão feitos com apenas 40 por vez.
Os inspetores penitenciários também farão um ato público em frente ao Edifício Fábio Ruschi, no Centro de Vitória – onde funciona a Sejus – em que entregarão os coletes balísticos vencidos. O sindicato vai divulgar uma cartilha contendo as portarias, normas, entendimentos e regulamentos que serão cumpridos à risca durante a operação.
Os inspetores – fora os da Diretoria de Operações Táticas (DOT) e a Diretoria de Segurança Prisional (DSP) da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) – estão com os coletes balísticos vencidos. Além disso, os coletes que existem não atendem a todos os profissionais, já que a Sejus enviou apenas quatro por unidade, que são usados em revezamento.
Além de ser anti-higiênico, já que são de uso pessoal, o revezamento de coletes é contraindicado por terem tamanhos diferentes, ou seja, um inspetor que mede 1,80 metro e veste colete tamanho G não pode usar um de tamanho M, o que compromete a segurança do profissional, mas é isso que vem acontecendo na prática nas unidades do Estado.
Também não há armas para o acautelamento de todos os inspetores. Grande parte da turma do concurso de 2012 não tem armas, já que a Sejus não adquiriu o armamento. As munições menos letais – spray de pimenta, balas de borracha e gás lacrimogêneo – estão todas vencidas.
Outro problema enfrentado no sistema penitenciário é a falta de inspetores efetivos. De acordo com a Lei 743/13, que reorganizou a carreira de inspetor penitenciário, deveria haver 3.654 vagas para inspetores. No entanto, atualmente o número não chega a 3 mil, sendo que a população carcerária só cresce.
Os servidores reivindicam plano de carreira; reposição das perdas salariais; reajustes inflacionários; e hora extra; além de buscarem soluções para baixo efetivo de servidores; escassez de materiais de segurança e condições de trabalho (coletes balísticos, armamento e escala de trabalho que respeite o princípio da isonomia).