sábado, setembro 21, 2024
28.3 C
Vitória
sábado, setembro 21, 2024
sábado, setembro 21, 2024

Leia Também:

Estudo do Dieese aponta que apenas 6h de trabalho pagam o salário mensal do bancário, o resto é lucro dos bancos

A greve dos bancários está prestes a completar três semanas e, nesta segunda-feira (19), 335 agências permaneceram fechadas no Estado, sendo 182 estão na Grande Vitória e 153 no interior. Além de agências bancárias, fecharam nove departamentos da Caixa Econômica Federal e o Centro de Processamento de Dados do Banestes.

Das agências fechadas, 277 são de bancos públicos: 80 da Caixa Econômica, 103 do Banestes, 93 do Banco do Brasil e uma do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em São Mateus, no norte do Estado. O total de agências privadas fechadas é de 58, sendo 13 do Santander, 19 do Itaú, oito do HSBC, 17 do Bradesco e uma do Safra.

Uma das bandeiras dos bancários é o fim da exploração dos trabalhadores. Um recente estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) constatou que o bancário paga seu salário com apenas seis horas de trabalho. No resto do mês, o trabalho do bancário é destinado apenas a obter lucro aos banqueiros.

Tomando como exemplo o mês de março de 2015, cada bancário do Itaú produziu lucro líquido de R$ 67,7 mil para o banco. No entanto, o salário do bancário da instituição gira em torno de R$ 3 mil, ou seja, R$ 25 por hora trabalhada. Assim, em uma hora, o trabalhador lucra R$ 565 para o banco.

Mesmo com os lucros exorbitantes, os cinco maiores bancos do País fecharam, somente em 2015, mais de seis mil postos de trabalho, o que gera sobrecarga nos demais trabalhadores, além da jornada exaustiva e do assédio moral que resulta da cobrança excessiva pelo cumprimento de metas.

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) continua se recusando a negociar com a categoria. Os bancos ofereceram reajuste de 5,5% aos bancários, o que está abaixo até mesmo da inflação do período, que ficou em 9,8%.

Enquanto os trabalhadores convivem com péssimas condições de trabalho e tentativa de arrocho salarial, os bancos registram altos lucros.

Os cinco maiores bancos que operam no País (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) lucraram R$ 36,3 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que representa um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.  Por isso, a categoria considera a proposta da Fenaban rebaixada.

Dentre outras reivindicações, os trabalhadores pleiteiam reajuste salarial de 16%; Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 7.246,82; e piso salarial de R$ 3.299,66.

A Fenaban propôs um reajuste de 5,5% no salário, também na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 2,5 mil. O Comando Nacional dos Bancários (Contraf) considerou que o reajuste está muito abaixo da inflação, que ficou em 9,88%, em agosto deste ano.

Além da questão salarial e de benefícios, os bancários também cobram o fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações, principalmente diante dos riscos de aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 30/15 no Senado, além da ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que coíbe dispensas imotivadas.

A categoria também pleiteia prevenção contra assaltos e sequestros, com a permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas; abertura e fechamento remoto das agências e fim da guarda das chaves por funcionários.

Na questão social, os bancários reivindicam o fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência.

Mais Lidas