Desta vez, junto com o contracheque, os servidores receberam uma comunicação que alega que o governo vem conseguido manter os salários em dia apesar do momento de crise. O governo diz estar em momento de alerta máximo com a queda de receita e que trabalha em todas as frentes para se manter nos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Para o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos-ES), o documento é repleto de contradições, começando com a alegação de que o governo preza pela transparência, mas, ao mesmo tempo, esconde as empresas que recebem bilhões de renúncias fiscais concedidas pelo governo.
O governador também aponta respeitar a LRF, mas não diz que a recente aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias LDO/2017 não respeita as determinações da LRF. O documento também aponta que o governo vem entregando obras em dia, no entanto, os órgãos públicos que necessitam de reformas – como delegacias e o setor de perícia do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (IPAJM) – estão em situação precária.
Reincidente
Em 2015, na iminência de uma paralisação de 24 horas dos servidores, o governo em vez de buscar o diálogo com as entidades sindicais enviou uma carta para cada um dos mais de 63 mil servidores explicando os motivos que impediam o governo de conceder qualquer reposição à categoria.
Na ocasião, o governador advertiu que o momento era de buscar o equilíbrio financeiro das contas do Estado, mantendo os recursos para o pagamento da folha do funcionalismo em dia.
Os servidores interpretaram o recado do governador como uma ameaça. Nas entrelinhas, o governador estaria avisando que manutenção dos empregos e pagamento dos salários em dia deve ser considerada um privilégio neste momento de crise.