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‘Grande procura pelos cupons mostra que a vulnerabilidade social aumentou’

Sindipetro distribuiu, nesta quinta, 500 cupons de desconto no gás de cozinha. A ideia inicial era distribuir 400

Na manhã desta quinta-feira (25), o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro/ES) distribuiu 500 cupons de desconto para gás de cozinha no valor de R$ 50,00, em frente ao prédio da Petrobras, na Reta da Penha, em Vitória. A ideia inicial era que fossem distribuídos 400, mas diante do grande número de pessoas que compareceram ao local, a entidade resolveu acrescentar mais 100.

Foto: Divulgação

Do total distribuído, 200 foram para famílias previamente cadastradas e os demais para os primeiros que comparecessem ao local. O aumento, acredita o presidente do sindicato, Valnísio Hoffmann, se deve ao fato de que a vulnerabilidade social aumentou, fazendo com que cada vez mais as pessoas percam poder de compra. “Aumentou o desemprego, as famílias estão passando pelo fim do Bolsa Família. Começa o Auxílio Brasil, que ainda é uma incógnita. Diante dessa realidade, acreditávamos que viria muita gente e deixamos 100 cupons de reserva. É triste ver tanta gente precisando de ajuda, mas ficamos felizes em poder ajudar”, ressaltou.

O sindicato vem fazendo esse tipo de ação desde 2019, em protesto contra o preço elevado do gás de cozinha, gerado pela política de preços estabelecida pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido), obrigando a Petrobras a seguir os preços do mercado internacional. Valnísio afirma que o máximo que os petroleiros tinham distribuído até então era de 100 cupons.

Ele explica que a ação “é um protesto para dizer que a se a Petrobras fosse mais pública, teria condição de vender o gás a preço mais acessível”. Atrás do cupom consta o contato de distribuidores de toda a Grande Vitória, com quem as pessoas poderão adquirir o gás com o desconto. Os contemplados terão até 30 dias para efetuar a compra.
As famílias em vulnerabilidade social que estavam previamente cadastradas foram inseridas na distribuição dos cupons por meio de parceiros da entidade, como coletivos que atuam nas regiões periféricas da Grande Vitória. As comunidades contempladas foram Padre Gabriel e Flexal II, em Cariacica; Central Carapina, na Serra; e os morros do Centro de Vitória.
Em Flexal II, 60 famílias foram cadastradas por lideranças comunitárias. O assistente social Ailton Pereira, uma das lideranças do bairro, explica que alguns critérios para o cadastro foram o desemprego e a perda do Bolsa Família. Entretanto, algumas pessoas ainda irão tentar arranjar o dinheiro para complementar o valor do cupom e comprar o gás.
Uma delas é a porteira Dagmar Aires Martins. “Aqui muitos não têm R$ 90,00, R$ 120,00 para comprar um gás. Eu, por exemplo, ganho um salário mínimo. Imagina ter que pagar água, luz, farmácia, comprar arroz, feijão? O preço do quilo do feijão está R$ 8,00, e é o do feijão mais inferior. Meu gás está acabando e estava com medo de ficar sem. Não tenho ainda o dinheiro para completar, mas até o fim do mês eu consigo”, afirmou.

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