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Greve dos bancários: 322 agências fecharam nesta quinta-feira

A greve dos bancários ganhou ainda mais força nesta quinta-feira (15), 10º dia de paralisações. No Estado, são foram fechadas 322 agências bancárias, sendo 181 na Grande Vitória e 141 no interior. Dessas agências, 265 são de bancos públicos e 57 de bancos privados.

No total, foram paralisadas 79 agências da Caixa Economica Federal, 91 do Banestes, 94 do Banco do Brasil e uma do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em São Mateus, no norte do Estado. Dos bancos privados, fecharam 13 agências do Santander, 18 do Itaú, oito do HSBC, 17 do Bradesco e uma do Safra.

Enquanto a greve dos bancários se fortalece, não só no Estado, mas em todo o País, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) mantém o silêncio e não chama os trabalhadores para negociar. No Brasil, foram fechadas 11.818 agências e 44 centros administrativos nesta quinta-feira.

O sistema financeiro do País se mostra lucrativo para banqueiros, mas coloca a população e os trabalhadores em posição de desvantagem. Para o cidadão sobram os altos juros cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo e para os trabalhadores do sistema a sobrecarga, as condições de trabalho ruins e as propostas de reajuste rebaixadas.

Na tabela divulgada pelo Banco Central, sobre juros cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, entre os dias 24 e 30 de setembro, a taxa anual chega a 756,42% no Banco Cetelem que, apesar de desconhecido, ostenta as maiores taxas do País. No entanto, os bancos mais populares – Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaú, Bradesco, Santander, HSBC – também ostentam taxas que estão entre as seis maiores do País.

Os juros no Itaú chegam a 631,30% ao ano. No Bradesco, a taxa anual é de 494,60%. O levantamento segue com o HSBC, com taxa de 461, 24% e Santander com 432,39% ao ano. Entre os bancos públicos, destaque para o Banco do Brasil com 307,32% de taxa, e a Caixa, a qual cobra 128,22% de juros ao ano nas operações com cartão de crédito rotativo.

Mesmo cobrando taxas exorbitantes dos clientes, os bancos ofereceram reajuste de 5,5% aos bancários, o que está abaixo até mesmo da inflação do período, que ficou em 9,8%.

Enquanto os trabalhadores convivem com péssimas condições de trabalho e tentativa de arrocho salarial, os bancos registram altos lucros.

Os cinco maiores bancos que operam no País (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) lucraram R$ 36,3 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que representa um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.  Por isso, a categoria considera a proposta daFenaban rebaixada.

Dentre outras reivindicações, os trabalhadores pleiteiam reajuste salarial de 16%; Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 7.246,82; e piso salarial de R$ 3.299,66.

A Fenaban propôs um reajuste de 5,5% no salário, também na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 2,5 mil. O Comando Nacional dos Bancários (Contraf) considerou que o reajuste está muito abaixo da inflação, que ficou em 9,88%, em agosto deste ano.

Além da questão salarial e de benefícios, os bancários também cobram o fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações, principalmente diante dos riscos de aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 30/15 no Senado, além da ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que coíbe dispensas imotivadas.

A categoria também pleiteia prevenção contra assaltos e sequestros, com a permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas; abertura e fechamento remoto das agências e fim da guarda das chaves por funcionários.

Na questão social, os bancários reivindicam o fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência.

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