Além das agências, também ficaram fechados três departamentos da Caixa Econômica Federal, os prédios do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bancdes), Centros de Processamento de Dados (CPDs) do Banestes e do Banco do Brasil.
Durante a tarde desta terça-feira os bancários fizeram uma ação sindical na Reta da Penha, em Vitória, para dialogar com a população sobre os motivos que levaram à greve.
Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Bancários do Estado (Sindibancários-ES), os responsáveis pela extensão da greve são os próprios banqueiros, que se recusam a negociar e apresentar uma proposta digna para os trabalhadores.
Na última rodada de negociações, os bancários rejeitaram proposta que consistia em reajuste de 7% no salário, na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3,3 mil.
A proposta sequer repõe a inflação do período, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que ficou em 9.62% em agosto.
Enquanto se recusam a apresentar proposta decente aos trabalhadores, os banqueiros seguem lucrando ano a ano. O desempenho dos bancos no primeiro semestre de 2016 mostra que não há crise no setor.
Segundo relatório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no balanço financeiro das instituições, nos primeiros seis meses do ano o lucro líquido dos cincos maiores bancos que atuam no Brasil somou R$ 29,7 bilhões. Apesar de o montante ser 18,2% menor que no período de 2015, os bancos continuam com alta rentabilidade e se destacam entre os setores mais lucrativos do Brasil.
Dentre as principais reivindicações dos bancários estão reajuste salarial, com reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real; PLR de três salários mais R$8.317,90; piso salarial de R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último); vale alimentação no valor de R$880 ao mês (valor do salário mínimo); vale refeição no valor de R$880,00 ao mês; 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880 ao mês; melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários; fim das demissões; mais contratações; fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 30/15 no Senado, além da ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que coíbe dispensas imotivadas; e Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.