A negociação entre os rodoviários e o sindicato patronal para o aumento da segurança no transporte coletivo deve ter continuidade mesmo com o encerramento do movimento paredista.
A Justiça determinou que, entre 6 e 9 horas da manhã e 17 e 20 horas, circule 70% da frota dos ônibus do sistema Transcol e, fora desses horários, 40% dos ônibus.
A greve foi deflagrada em cobrança por mais segurança no transporte coletivo. A violência contra usuários, motoristas e cobradores se intensificou nas últimas semanas, com arrastões, assaltos e esfaqueamentos nos coletivos.
Enquanto o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Estado (Sindirodoviários-ES) cobrava soluções simples para o aumento na sensação de segurança nos ônibus, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) era lacônica em propor medidas, com opções virtuais – como o uso de novas tecnologias e estudos ainda a serem feitos.
O secretário de Segurança Pública, André Garcia, sequer compareceu à audiência de conciliação promovida na manhã dessa terça-feira (3) pelo Ministério Público do Trabalho no Estado (MPT-ES) com o Sindirodoviários, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado (Setpes), o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBUS) e a Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV) para tratar da reivindicação dos trabalhadores por mais segurança.
Garcia também se queixou que o sindicato dos trabalhadores não compareceu à reunião convocada para a noite de terça-feira, às pressas, para debater a questão.
Enquanto o governo propunha ações que não eram imediatas para aplacar a violência, o apoio da população ao movimento crescia, levando o governo a admitir que havia viabilidade na adoção de medidas.
O governo já tem a tecnologia para transmitir em tempo real as imagens das câmeras de segurança dos ônibus para o Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes). Além disso, medidas simples, como o aumento de blitze e a parada livre dos ônibus em horários de pouco movimento, não teriam impacto financeiro nem demandaria estudos de viabilidade.