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Inspetores penitenciários filiados ao Sindaspes elegem comissão governativa

Um grupo de inspetores penitenciários, filiados ao Sindicato dos Agentes do Sistema Penitenciário do Estado (Sindaspes), se reuniu em assembleia geral extraordinária na tarde desta terça-feira (5) para a eleição da comissão governativa que deve comandar a entidade enquanto a eleição não é concluída.

O edital de convocação da assembleia foi publicado na última sexta-feira (31) pelo associado do sindicato e membro da Comissão Eleitoral, Marcelo Fernandes da Silva Eto. A atual diretoria da entidade, no entanto, informou que não foi intimada cerca do teor da decisão judicial que determinava a convocação da assembleia.

A comissão eleita vai correr com os trâmites para a homologação do colegiado que deve ficar à frente da entidade até a conclusão do processo eleitoral, paralisado desde outubro de 2015.

A diretoria da entidade alega que a assembleia que elegeu a comissão governativa não é válida, já que não houve intimação do sindicato acerca da decisão judicial. O Sindaspes aponta que o diretor que teria sido intimado sobre a decisão judicial, Edison Guez Rodrigues, não é mais filiado nem diretor do sindicato desde setembro de 2015.

O pleito para a nova diretoria da entidade, para o triênio 2016-2018 está paralisado desde outubro de 2015, quando a votação terminou na delegacia.

Em dezembro de 2015, a eleição foi suspensa mais uma vez depois que o juiz da 5ª Vara Cível de Vitória, Boanerges Eler Lopes, ter se declarado impedido de julgar os processos e ter remetido os autos para a Justiça do Trabalho.

No dia 22 de dezembro, o juiz Moacyr Caldonazzi de Figueiredo Côrtes, que estava no Plantão Judiciário, concedeu liminar para que a diretoria da entidade permanecesse no poder até a convocação de nova eleição. No entanto, na última segunda-feira (28), integrantes da Chapa 3, que faz oposição à atual gestão, recorreu ao desembargados José Paulo Calmon Nogueira da Gama que suspendeu a prorrogação do mandato da diretoria e determinou a realização da assembleia geral extraordinária.

Confusão

As Chapas 1 e 3 foram impugnadas pela Comissão Eleitoral, sendo que a Chapa 1, de situação, foi impugnada pelo sumiço de cédulas na madrugada do dia 18 de outubro, dia seguinte à votação. A Chapa 3 foi impugnada por supostamente ter disponibilizado transporte para que os inspetores penitenciários fossem votar. As duas chapas negam envolvimento tanto na supressão das cédulas quanto na contratação de transporte.

A votação ocorreu no dia 17 de outubro, mas, por conta de uma sucessão de denúncias, o processo eleitoral acabou sendo paralisado.

As urnas de votação foram distribuídas nos municípios de Barra de São Francisco e Colatina, no noroeste do Estado; Marataízes, no sul; em Guarapari e em Vitória.

A votação transcorreu de maneira tranquila, mas uma confusão ocorrida durante a apuração, já na madrugada do dia 18 de outubro, impossibilitou a conclusão do processo. Os membros da Chapa 3 se disseram injustiçados pela supressão de votos, enquanto membros da Chapa 1, que conta com representantes da atual diretoria, alegaram que a Chapa 3 foi impugnada por irregularidades ocorridas durante a votação.

Em entrevista a Século Diário, o candidato à presidência da entidade pela Chapa 3, Sóstenes Araújo, contou que, dias após o registro, a chapa foi impugnada e os membros tiveram de recorrer à Justiça para retorno ao pleito.

O inspetor penitenciário relatou que a eleição correu de maneira tranquila, com total lisura e um fiscal de cada uma das quatro chapas fiscalizando as urnas. Às 5 horas, a votação foi encerrada e as urnas foram deslocadas para a sede do sindicato, em Maruípe, Vitória.

De acordo com Araújo, quando terminou a apuração, a comissão alegou que a chapa seria impugnada por ter colocado transporte à disposição dos associados para a votação. Ele disse que a Chapa 1 não colocou o transporte à disposição dos associados, mas que a proibição não era estatutária. Segundo ele, a própria categoria se organizou para votar. “Acusaram sem provas. Não deixaram ninguém subir para a apuração alegando que a chapa seria impugnada e sumiram com todas as cédulas da urna”.

Ele contou que os membros da Chapa 1 viram que a Polícia Militar foi acionada e tentaram evadir, por isso, foi feito um cordão de isolamento em torno do atual presidente da entidade, Antônio Vilela, para que ele não saísse do local. Quando chegaram ao sindicato, o delegado pediu que fosse apresentada a urna, mas faltavam os 600 votos.

Segundo Araújo, foi registrada a ocorrência, que está em fase de inquérito, e a chapa vai cobrar que novas eleições sejam realizadas, com a intervenção do Ministério Público Estadual (MPES). Ele acrescentou que todas as chapas, com a exceção da Chapa 3, eram formadas por membros da atual diretoria com o objetivo de pulverizar os votos e favorecer à Chapa 1.

Chapa 1

Um representante da Chapa 1, que não quis se identificar, deu outra versão para o que aconteceu no dia da eleição para a diretoria do Sindaspes. Ele contou que durante o dia o candidato que encabeça a Chapa 3, que foi fiscal de urna, assediou os agentes pedindo votos para a chapa. Segundo ele, um membro da mesa o repreendeu dizendo que não poderia direcionar os votos.

Este membro da Chapa 1 disse que no fim da tarde começaram a chegar fotos de micro-ônibus e vans que, segundo ele, transportavam votantes a pedido de Araújo. Ele acrescentou que, embora a proibição não estivesse no estatuto, ficou acordado que, assim como nas eleições majoritárias, seria proibido que candidatos bancassem o transporte de votantes.

Ele contou, ainda, que a comissão eleitoral, na elaboração do relatório, optou pela impugnação da chapa diante da comprovação do transporte – com registro de placas e testemunhas – por parte do candidato concorrente e registrou em ata a impugnação. Segundo ele, já era por volta de 5 horas de domingo quando o relatório foi finalizado, mas o representante da Chapa 3, Marcelo Fernandes da Silva, se recusou a assinar.

O integrante da Chapa 1 contou que houve uma discussão no sindicato e, nesse tempo, as pessoas começaram a sair e foi neste momento que o carro do presidente do sindicato foi cercado por cerca de 30 pessoas e a viatura da Polícia Militar chegou, conduzindo todos para a delegacia. Ele conta que Vilela chegou a dizer que tinha violado a urna em primeiro momento, mas alegou depois que temia ser agredido e, em depoimento, negou que tivesse violado.

Ele disse que o delegado não viu provas da violação e liberou todos depois de serem ouvidos.

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