De acordo com a entidade, a empresa corta deste o pão que é servido na marmita dos trabalhadores, até o subsídio ao Centro Comunitário Coqueiral (CCC), que foi implantado no bairro em que moravam os trabalhadores da empresa, como uma das condicionantes para a instalação da empresa em Aracruz (norte do Estado), ainda na década de 1970.
Os investimentos da empresa têm sido feitos fora do Estado e para os trabalhadores de Aracruz sobra o sucateamento e a retirada de direitos. A Fibria anunciou a aprovação de uma nova linha de produção de celulose, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, com investimento estimado em R$ 7,7 bilhões.
Além disso, a empresa também anunciou que, por conta do projeto de expansão, a empresa firmou acordo comercial com a Klabin para a compra de pelo menos 900 mil toneladas anuais de celulose a partir de 2016.
Enquanto isso, em Aracruz, os trabalhadores convivem com a redução dos direitos. O Sinticel aponta diversas retiradas de direitos adquiridos desde 2010, quando a Aracruz Celulose foi fundida com a VCP, do Grupo Votorantim, dando origem à Fibria.
A empresa terceirizou o serviço de bombeiros civis depois de o Sinticel ter conquistado o direito ao adicional de periculosidade aos trabalhadores que exerciam esta função.
No caso dos operadores de ponte rolante, a empresa – na impossibilidade de terceirizar a atividade – passou a impedir a contribuição mensal dos trabalhadores ao Sinticel sob a alegação de que não seria o sindicato representativo da categoria. A decisão foi tomada depois de a entidade ter conseguido para estes trabalhadores o direito ao adicional por insalubridade.
Além da supressão destes direitos, a Fibria transferiu parte do ônus com o plano de saúde e o seguro de vida para os trabalhadores que passaram a ser coparticipantes; reduziu o abono de férias de 40% para 33,33%; eliminou os presentes de Natal e Dia das Crianças; e acabou com a festa que era realizada aos veteranos, extinguindo o quinquênio que era pago neste festejo.
A clínica médica localizada no bairro Coqueiral, que era subsidiada pela Aracruz, foi alienada. A clínica foi vendida para outra empresa, que praticamente sucateou o estabelecimento e onde antes eram atendidas especialidades, atualmente é servida por apenas um clínico geral.
Os cortes feitos pela empresa afetam diretamente à comunidade do bairro Coqueiral, formada majoritariamente por familiares e funcionários da empresa que precisam recorrer a serviços oferecidos cada vez mais longe por conta do esvaziamento da comunidade.